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Premiê japonês quer se reunir com líder norte-coreano

28/01/2019 08h41

Tóquio, 28 Jan 2019 (AFP) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, propôs nesta segunda-feira "romper o jugo da desconfiança mútua" entre seu país e a Coreia do Norte através de uma reunião com o líder norte-coreano Kim Jong Un para restabelecer assim suas relações diplomáticas.

Em um discurso para inaugurar o ano legislativo, Abe também prometeu levar as relações com a China a um "novo nível" e dedicar verbas recordes para renovar as infraestruturas japonesas.

"Vou agir de forma decisiva, aproveitando todas as oportunidades para romper o jugo da desconfiança mútua e vou me encontrar diretamente com o líder Kim Jong Un para resolver a questão nuclear, o programa de mísseis da Coreia do Norte e os sequestros" dos japoneses nos anos 1970-1980, afirmou.

Abe não mencionou um cronograma para esta eventual reunião, mas suas declarações acontecem em um momento em que Kim Jong Un ordenou a preparação de uma segunda cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente no final de fevereiro.

Abe falou de "normalização das relações diplomáticas para por fim a um passado triste, aludindo, diplomaticamente, aos crimes cometidos durante a colonização japonesa da península coreana durante a Segunda Guerra Mundial.

Esta mensagem contrasta com a que ele pronunciou há um ano.

Na ocasião, Abe prometeu "forçar a Coreia do Norte a mudar suas políticas" e descreveu o programa nuclear e de mísseis de Pyongyang como "uma ameaça séria e iminente sem precedentes".

Abe vem fazendo campanha há muito tempo para resolver a questão dos sequestros por agentes norte-coreanos de cidadãos japoneses durante a Guerra Fria.

Sobre a China, Abe disse que as relações agora são "totalmente normais", depois de seu encontro com o presidente Xi Jinping em Pequim no ano passado.

Xi fará uma primeira viagem oficial ao Japão em 2019.

"Terei uma intensa atividade diplomática com nossos vizinhos para fazer do noroeste da Ásia um lugar de paz e prosperidade estável".

O primeiro-ministro prometeu destinar sete trilhões de ienes (64 bilhões de dólares) para renovar estradas, pontes e demais infraestruturas.

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