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Estado Islâmico ainda possui 'milhares' de combatentes, diz Inteligência dos EUA

29/01/2019 15h49

Washington, 29 Jan 2019 (AFP) - O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ainda possui "milhares" de combatentes no Iraque e na Síria, capazes de representar uma ameaça para o Oriente Médio e outras partes, afirmou nesta terça-feira (29) o diretor de Inteligência americano Dan Coats.

O "EI ainda controla milhares de combatentes no Iraque e na Síria", indicou Coats em um relatório enviado ao Congresso.

O grupo "mantém oito facções, mais de uma dezena de redes e milhares de partidários dispersados em todo o mundo, apesar das perdas significativas em termos de líderes e territórios", apontou.

O secretário interino de Defesa, Patrick Shanahan, por sua vez, garantiu nesta terça que o EI vai perder seus últimos redutos na Síria em poucas semanas.

Mais de 99,5% dos vastos territórios ocupados pelo EI no norte da Síria já foram recuperados, indicou Shanahan a repórteres no Pentágono.

"Em duas semanas será 100%", disse.

O presidente Donald Trump anunciou antes do Natal, para surpresa geral, a retirada dos 2.000 militares americanos mobilizados no norte da Síria.

Desde então, diferentes autoridades deram informações contraditórias sobre o assunto, mas o Pentágono indicou que a retirada havia começado, embora sua duração permaneça incerta.

O relatório de Coats indica que "o EI provavelmente vai continuar realizando ataques externos a partir do Iraque e da Síria contra adversários regionais e ocidentais, incluindo os Estados Unidos".

Coats explicou ainda que o EI se concentra em explorar as tensões sectárias no Iraque e na Síria e "provavelmente sabe que controlar novos territórios não é sustentável em curto prazo".

"Acreditamos que o EI vise explorar as reivindicações sunitas, a instabilidade social e estender as forças de segurança para ganhar território na Síria e no Iraque em longo prazo", acrescenta.

Sobre a Al-Qaeda, organização responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o relatório diz que enquanto os líderes do grupo promovem ataques contra o Ocidente, incluindo os Estados Unidos, muitos dos ataques associados "foram de pequena escala e limitados à sua região".

Os afiliadas à Al-Qaeda no leste e no norte da África, no Sahel e no Iêmen, "continuam sendo os maiores grupos terroristas e os mais capazes em suas regiões", acrescenta o relatório.

"Todos mantiveram um ritmo elevado de operações no ano passado, apesar dos contratempos no Iêmen, e alguns deles expandiram suas áreas de influência".

Alguns elementos da Al-Qaeda continuam a minar os esforços para resolver o conflito na Síria. Enquanto isso, no sul da Ásia, o braço da organização apoia os talibãs.

Na Síria, as tropas americanas ainda presentes são principalmente forças especiais destinadas a combater o EI e treinar forças locais nas zonas recuperadas dos extremistas.

Trump estima que o EI "praticamente desapareceu" e que as tropas americanas precisam voltar "para casa para se reunir com suas famílias".

Embora seu autoproclamado "califado" tenha se desmembrado depois de várias ofensivas, a organização extremista mantém alguns redutos e ainda é capaz de executar ataques na Síria e em outras partes do mundo.

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