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Maduro diz que novo 'ataque cibernético' frustrou restabelecimento de energia

9.mar.2019 - Maduro discursa a apoiadores em Caracas em dia marcado por protestos contra e a favor do seu governo - Yuri Cortez/AFP
9.mar.2019 - Maduro discursa a apoiadores em Caracas em dia marcado por protestos contra e a favor do seu governo Imagem: Yuri Cortez/AFP

09/03/2019 19h48

Caracas, 9 Mar 2019 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou neste sábado que um novo "ataque cibernético" frustrou o processo de restabelecimento de energia, em meio a um apagão que já dura mais de 48 horas.

"Hoje, 9 de março, havíamos avançado quase 70%, quando sofremos, ao meio-dia, um novo ataque de caráter cibernético a uma das fontes de geração, que funcionava perfeitamente, o que perturbou e derrubou tudo que havíamos conseguido", disse Maduro a uma multidão de apoiadores no centro de Caracas.

O apagão afeta Caracas e 22 dos 23 estados do país, motivo pelo qual o presidente pediu paciência. "Espero que o processo de restabelecimento seja definitivo e estável para a maioria dos venezuelanos nas próximas horas. Peço compreensão."

Segundo Maduro, trata-se de "ataques eletromagnéticos contra as linhas de transmissão" da represa de Guri, maior hidrelétrica do país.

Dia de protestos na Venezuela

AFP

O presidente anunciou um plano de contingência que contempla a distribuição em massa de alimentos e água potável a partir de segunda-feira, e assistência especial em hospitais.

Também afirmou que, nos últimos seis anos, foram danificadas mais de 150 subestações dentro do que chamou de "guerra elétrica", e que 200 pessoas morreram carbonizadas ao manipularem a infraestrutura.

Maduro reiterou que o "ataque" foi obra dos Estados Unidos (usando "armas de alta tecnologia") e da oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó.

"Tudo tem a sua hora, e vocês sabem que não hesito em fazer justiça", expressou, dirigindo-se a um manifestante que gritou, referindo-se a Guaidó: "Prenda-o!"

Segundo Maduro, as agressões que denuncia têm o apoio de pessoas infiltradas na estatal elétrica, a quem prometeu identificar e "punir de forma exemplar".

Os apagões na Venezuela são recorrentes há uma década.