Topo

Mais de 10 mil pacientes renais correm risco com apagão na Venezuela, diz ONG; 15 morreram

9.mar.2019 - Manifestante carrega cartaz com os dizeres "sem eletricidade, sem metrô" em protesto em Caracas, na Venezuela - Ronaldo Schemidt/AFP
9.mar.2019 - Manifestante carrega cartaz com os dizeres "sem eletricidade, sem metrô" em protesto em Caracas, na Venezuela Imagem: Ronaldo Schemidt/AFP

09/03/2019 20h25Atualizada em 09/03/2019 20h59

Caracas, 9 Mar 2019 (AFP) - Prejudicados por mais de 48 horas sem eletricidade, pacientes renais da Venezuela enfrentam uma situação crítica, devido à impossibilidade de realizar diálises por falta de luz, denunciou a ONG Codevida, que defende os direitos dos pacientes.

Segundo a organização, quinze pacientes morreram após a paralisação de serviços de diálise devido ao apagão.

"A situação das pessoas com insuficiência renal é muito crítica. Queremos dizer que 95% das unidades de diálise, que hoje chegariam a 100%, estão paralisadas devido ao corte de luz", denunciou à AFP o diretor da Codevida, Francisco Valencia.

A situação é mais dramática nos estados do interior, que vivem cerca de 50 horas de apagão ininterrupto. Em Caracas, houve restabelecimento em alguns setores por algumas horas.

Valencia alertou que os pacientes já começam a enfrentar complicações, que poderiam levar à morte de mais de 10,2 mil pacientes de diálise no país. Ontem, "48 crianças que dependem da única unidade de diálise pediátrica do país não puderam fazer o tratamento, o que se soma à falta de remédios e insumos, que se prolonga por anos", assinalou.

Sob a gestão Maduro, a Venezuela enfrenta a pior crise em sua história contemporânea, com escassez de medicamentos e uma hiperinflação que chegaria este ano a 10.000.000%, segundo o FMI, o que levou a um êxodo de 2,7 milhões de venezuelanos desde 2015.