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Bolsonaro desiste de receber homenagem em Nova York após protestos

03/05/2019 22h13

Brasília, 4 Mai 2019 (AFP) - O presidente Jair Bolsonaro desistiu de sua viagem programada para o próximo dia 12 de maio para Nova York, onde seria homenageado como "Personalidade do Ano" pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, após uma intensa campanha de protestos, informou o porta-voz da Presidência nesta sexta-feira.

O evento estava previsto para 14 de maio e originalmente seria realizado no Museu de História Natural dos Estados Unidos, mas a instituição anunciou em abril que não poderia receber o evento argumentando que não era "o lugar ideal" para tal homenagem.

O ato foi transferido para o hotel Marriot Marquis na Times Square. Contudo, manifestantes de diversos grupos de progressistas protestaram reiteradamente em frente ao local da homenagem.

Nas redes sociais, brasileiros e americanos se uniram na crítica ao evento, entre elas o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que definiu Bolsonaro como um "ser humano muito perigoso".

Através do comunicado divulgado pelo porta-voz, Bolsonaro agradeceu a homenagem mas, após consultas "com vários setores do governo", desistiu de ir ao evento por considerar que tem um componente de "ideologização".

"Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", indica o texto.

A agenda em Miami, que ainda não tinha sido anunciada, também foi cancelada.

A cada ano, a Câmara de Comércio Brasil-EUA escolhe duas personalidades, uma brasileira e outra americana, e oferece um jantar de gala para mais de mil pessoas, com convites individuais vendidos por 30 mil dólares que já estão esgotados.

Em meio a polêmica, esta semana vários patrocinadores, como empresa aérea Delta, o jornal britânico Financial Times e a consultora Bain & Company retiraram seu apoio do evento.

Ativistas lançaram a campanha #CancelBolsonaro para que o Marriott Marquis também cancele a cerimônia. Com o apoio do senador de Nova York Brad Hoylman, que é homossexual, já reuniu 53 mil assinaturas.

Consultado sobre a polêmica, um porta-voz do Marriott, Jeff Flaherty, declarou que a rede de hotéis foi criada tendo como base os ideais de respeito, diversidade e inclusão.

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