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Em visita ao Reino Unido, Trump ataca prefeito de Londres: 'fracassado'

03.jun.2019 - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a primeira-dama Melania desembarcam no aeroporto de Stansted, no norte de Londres - Isabel Infantes/AFP
03.jun.2019 - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a primeira-dama Melania desembarcam no aeroporto de Stansted, no norte de Londres Imagem: Isabel Infantes/AFP

03/06/2019 06h56

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou hoje no Reino Unido para uma visita de Estado de três dias, com todas as honras e muitos protestos programados, precedida por uma polêmica sobre o Brexit e um confronto verbal com o prefeito de Londres.

O avião de Trump pousou às 9H00 locais (5H00 de Brasília) no aeroporto londrino de Stansted. Antes mesmo do desembarque, o presidente publicou mensagens no Twitter com ataques ao prefeito da capital britânica, o trabalhista Sadiq Khan.

"Sadiq Khan, que faz um péssimo trabalho como prefeito de Londres, tem sido de modo insensato 'desagradável' com o presidente dos Estados Unidos, de longe o aliado mais importante do Reino Unido", escreveu.

"Ele é um total fracassado que deveria se concentrar no crime em Londres, não em mim", completou.

O prefeito de Londres, do Partido Trabalhista, criticou nos últimos dias a recepção com tapete vermelho ao presidente americano, uma viagem com todas as honras de uma visita de Estado, que inclui encontros protocolares com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

Khan comparou no domingo, em um artigo publicado no jornal The Observer, a linguagem de Trump com a dos "fascistas do século XX" e o incluiu no mesmo grupo que os extremistas Viktor Orban na Hungria, Matteo Salvini na Itália, Marine Le Pen na França e Nigel Farage no Reino Unido.

O presidente americano, de 72 anos, afirmou no entanto que deseja ser um "grande amigo do Reino Unido" no início de sua primeira visita de Estado ao país, após uma tentativa em julho do ano passado que se tornou uma simples visita de trabalho em consequência dos protestos, quando milhares de britânicos o chamaram de "misógino, homfóbico e xenófobo".

Para a visita desta semana também foram convocadas grandes manifestações, em particular na terça-feira, quando Trump se reunirá com a primeira-ministra Theresa May.

O presidente e a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, deveriam seguir diretamente para a residência do embaixador americano em Londres, onde permanecerão hospedados durante a visita.

Ao meio-dia devem comparecer ao Palácio de Buckingham, onde serão recebidos pela rainha Elizabeth II para uma cerimônia privada, seguida por um almoço e troca de presentes.

No período da tarde, a família Trump deve visitar a Abadia de Westminster, no centro da capital britânica, antes de tomar chá com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e sua esposa Camila.

O primeiro dia da visita terminará com um banquete oficial oferecido com todas as honras pela monarca de 93 anos.

Por trás de toda a pompa persiste o incômodo em um país que aguarda a saída oficial da primeira-ministra de seu cargo na próxima sexta-feira. May foi derrotada por sua incapacidade para concretizar o Brexit, decidido por referendo em 2016, mas adiado em duas oportunidades e agora programado para 31 de outubro.

Em entrevistas à imprensa britânica às vésperas da viagem, Trump criticou a maneira como a líder conservadora negociou com Bruxelas, recomendou a seu sucessor que abandone a União Europeia sem um acordo e apontou o ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, como seu favorito para governar o país.

O presidente americano também elogiou o extremista Farage, líder do Partido do Brexit, grande vencedor das eleições europeias no Reino Unido. No avião, ele afirmou inclusive que poderia se reunir com Farage e Johnson, com os quais disse ter "ótimas relações".

"É uma interferência inaceitável em nossa democracia", criticou o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn.