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Opositor russo Alexei Navalni volta a ser preso

24/07/2019 18h47

Moscou, 24 Jul 2019 (AFP) - O opositor russo Alexei Navalni foi condenado a 30 dias de prisão nesta quarta-feira (24) por uma convocação à manifestação, em pleno aumento dos protestos pela exclusão de candidatos da oposição nas eleições municipais russas, previstas para setembro.

No domingo foi celebrada uma manifestação com alcance inédito em vários anos. Na véspera, a oposição, com Nalvani à frente, reiterou uma convocação a protestar em frente à Prefeitura da capital russa, o que aumentou a tensão com vistas às eleições que se anunciam difíceis para os candidatos pró-Kremlin.

Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, o ativista anti-corrupção disse ter sido preso quando saía de casa para correr e levado para a delegacia.

"As pessoas estão certas quando dizem que o esporte nem sempre faz bem para a saúde", ironizou Navalni.

À noite, o opositor foi condenado a 30 dias de prisão, a pena máxima, por uma corte de Moscou que o julgou culpado de "infração reiterada das regras de organização das manifestações".

"Trinta dias de detenção. Isto é o que quer dizer: saiam à rua no sábado. De qualquer forma, até que não tenhamos o direito de voto, estamos todos na prisão", reagiu Navalni no Twitter.

No dia anterior, Navalni voltou a convocar uma manifestação para sábado contra a exclusão de candidatos da oposição nas eleições para o conselho de Moscou.

Os candidatos excluídos denunciam que as supostas irregularidades foram manipuladas pelas autoridades.

De acordo com a lei, para participar da eleição, os candidatos independentes devem apresentar a assinatura de pelo menos 3% dos eleitores do distrito onde pretendem ser eleitos, o que representa entre 4.500 e 5.000 pessoas.

Moscou é dividida em 45 distritos.

O opositor, que também foi inabilitado para as eleições locais, organizou nos últimos anos importantes manifestações contra o presidente russo, Vladimir Putin, pelo que foi detido várias vezes.

A última remontava ao começo de julho. O ativista ficou dez dias detido por ter participado, em meados de junho, de uma manifestação de apoio ao jornalista Ivan Golunov, acusado de tráfico de drogas e posteriormente absolvido, após uma mobilização sem precedentes da sociedade civil.

No domingo, 22.000 manifestantes, segundo a oposição, se concentraram para protestar contra a medida governamental, uma concentração inédita desde os protestos de 2011 e 2012 contra a volta de Putin à presidência.

A popularidade do chefe de Estado russo, excepcionalmente alta após a anexação da Crimeia, caiu desde sua reeleição ao quarto mandato no ano passado.

A oposição, que foi impedida de participar da eleição presidencial, esperava ter representantes eleitos em Moscou para controlar a administração do importante orçamento da capital russa.

Outras grandes cidades, como São Petersburgo, também rejeitaram as candidaturas de opositores.