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Congressista americana explica chorando por que não visitará a sua avó na Cisjordânia

19.ago.2019 - A congressista americana de origem palestina Rashida Tlaib fala a jornalistas em St-Paul, Minessota - Caroline Yang/Reuters
19.ago.2019 - A congressista americana de origem palestina Rashida Tlaib fala a jornalistas em St-Paul, Minessota Imagem: Caroline Yang/Reuters

Em Washington

19/08/2019 20h54

A congressista americana de origem palestina Rashida Tlaib explicou hoje, com lágrimas nos olhos, por que havia desistido de visitar a avó na Cisjordânia ocupada, acusando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de ter limitado seus deslocamentos, obedecendo a Donald Trump.

O governo israelense decidiu na sexta-feira autorizar a entrada de Tlaib "para uma visita humanitária à sua avó" depois de ter negado seu acesso ao território em resposta ao pedido de Trump, que alegou que a parlamentar democrata apoia uma campanha de boicote ao Estado hebreu.

Tlaib, que nasceu em Detroit filha de pais originários da Cisjordânia, havia prometido em uma carta respeitar todas as restrições impostas por Israel, mas renunciou à sua visita horas depois, por causa das "condições opressoras" impostas, segundo ela, pelo governo de Netanyahu.

A parlamentar explicou em uma coletiva de imprensa em St-Paul, Minessota, que mudou de ideia depois de conversar com sua família, entre ela sua avó, que vive no povoado de Beit Ur al Fauqa, perto de Ramalá, na Cisjordânia.

"Me disse que eu era seu sonho realizado, seu pássaro livre", contou emocionada. "Por que eu deveria voltar e me deixar enjaular e ceder, se minha eleição (...) lhe devolveu a dignidade pela primeira vez?", questionou Tlaib.

O caso teve início na qunta-feira com um tuíte de Trump em que escreveu que Israel mostraria uma "grande fraqueza" caso permitisse que Tlaib e Ilhan Omar, as primeiras muçulmanas congressistas nos Estados Unidos, realizaram uma visita prevista a Israel e aos Territórios Palestinos ocupados.

"É lamentável que o senhor Netanyahu (...) tenha seguido as instruções de Trump", declarou Tlaib hoje.