Chefe de governo de Hong Kong espera "volta à calma" após protestos
Hong Kong, 20 Ago 2019 (AFP) - A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou hoje esperar que a ausência de violência durante a grande manifestação pró-democracia de domingo represente um presságio de "volta à calma" na ex-colônia britânica, ao mesmo tempo que se recusou a ceder às demandas do movimento.
Centenas de milhares de pessoas invadiram no domingo os bairros do centro de Hong Kong em um novo protesto que, ao contrário das manifestações das semanas precedentes, não terminou em confrontos entre radicais e a polícia.
"No domingo, vários cidadãos de Hong Kong participaram em uma manifestação em Victoria Park que foi, em geral, pacífica", afirmou Lam em uma entrevista coletiva.
"Espero de todo coração que isto marque o início de uma volta à calma da sociedade e o fim da violência", completou.
A crise política, a mais grave na ex-colônia britânica desde sua devolução em 1997, começou em 9 de junho para criticar um projeto de lei do Executivo local, leal a Pequim, que pretendia autorizar extradições para a China.
O movimento tem fundamentalmente cinco demandas, incluindo o abandono total do projeto de lei sobre extradições, a renúncia de Lam e uma investigação sobre o uso da força por parte da polícia, que recorreu a grandes quantidades de gás lacrimogêneo nas últimas semanas e atirou balas de borracha contra os manifestantes.
Carrie Lam afirmou que 174 denúncias foram apresentadas contra a polícia desde o início dos protestos e prometeu uma investigação "exaustiva" por parte da "polícia das polícias", cujo comandante é designado por ela.
Os manifestantes querem uma investigação independente.
Os manifestantes consideram que a líder de Hong Kong não fez nenhuma concessão. Lam anunciou que seu governo prosseguirá com "uma missão de informação" sobre as maneiras de resolver a crise.
Nesta terça-feira, Lam adotou um tom mais conciliador, mas se recusou a anunciar a retirada oficial do polêmico projeto de lei, que está suspenso, o que não é suficiente para os manifestantes.
"O projeto de lei está morto. Não pretendemos ressuscitá-lo", declarou.
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