Presidente da Turquia diz que país impedirá saída dos combatentes do Estado Islâmico da Síria
A Turquia impedirá a saída dos milicianos do grupo extremista Estado Islâmico (EI) do nordeste da Síria, afirma o presidente turco Recep Tayyip Erdogan em um artigo publicado no Wall Street Journal.
"Garantiremos que nenhum miliciano do EI abandone o nordeste da Síria", destacou Erdogan.
O exército turco realiza uma ofensiva nesta região da Síria, onde milhares de suspeitos de integrar o EI estão detidos sob a custódia da milícia curda YPG, alvo da operação de Ancara, o que provocou uma preocupação internacional sobre o destino dos prisioneiros.
"Estamos dispostos a cooperar com os países de origem (dos jihadistas presos) e as organizações internacionais para uma reinserção das esposas e filhos de milicianos terroristas estrangeiros" escreveu Erdogan.
A Turquia acusou na segunda-feira as forças curdas de liberar de forma voluntária diversos integrantes do Estado Islâmico para "semear o caos" na região.
As autoridades curdas afirmaram no domingo que quase 800 parentes de integrantes do EI fugiram de um campo de detenção do norte da Síria, aproveitando a confusão criada pela ofensiva turca.
Em uma mensagem no Twitter, o presidente americano Donald Trump deu a entender que tem a mesma opinião do governo turco. "Os curdos poderiam estar liberando alguns presos para obrigar o nosso envolvimento", escreveu.
Erdogan criticou em seu artigo que os países ocidentais "deem lições à Turquia sobre como lutar contra o EI hoje e tenham sido incapazes de deter o fluxo de milicianos estrangeiros entre 2014 e 2015".
Como exemplo cita o caso de um cidadão de um país estrangeiro que chegou a Istambul em 2014 com "munições na mala".
De acordo com estimativas curdas, quase 12.000 suspeitos estão em prisões no nordeste da Síria. Deste grupo, 2.500 não são sírios nem iraquianos.
A ONG Human Rights Watch alertou os países europeus nesta terça-feira sobre o risco de transferir suspeitos jihadistas estrangeiros das prisões do norte da Síria para o Iraque.
A organização expressou preocupação com o fato de que vários países, que têm um importante grupo de prisioneiros na Síria, estariam considerando transferi-los para o outro lado da fronteira devido ao avanço da operação turca no norte da Síria.
Muitos países europeus se recusaram a repatriar os prisioneiros para julgá-los e já transferiram alguns para o Iraque, onde serão processados.
"Como o Iraque tem o recorde de julgamentos injustos, os países europeus não deveriam se esforçar para levar seus concidadãos a este país para sejam julgados", disse Belkis Wille, da HRW.
Qualquer governo que apoie um movimento deste tipo "sem adotar medidas para reduzir o risco de tortura, julgamentos injustos ou riscos de execução está contribuindo para abusos graves", completou.
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