Justiça britânica mantém preso motorista do caminhão com 39 corpos
A Justiça britânica decidiu, nesta segunda-feira, manter detido o motorista do caminhão frigorífico onde foram encontrados 39 corpos perto de Londres, na semana passada, enquanto várias famílias do Vietnã esperam os resultados de testes de DNA para saber se as vítimas são seus parentes.
No domingo, as autoridades vietnamitas coletaram amostras de DNA para realizar os testes e averiguar, como temem as famílias, se há cidadãos de seu país entre os mortos desta tragédia.
Detido pouco depois da descoberta do caminhão, na quarta-feira (23), em uma zona industrial de Grays, ao leste de Londres, o motorista Maurice Robinson, de 25 anos, participou por videoconferência nesta segunda-feira de uma audiência no tribunal de Chlemsford.
O juiz decidiu prolongar sua detenção até 25 de novembro, quando ele terá de comparecer ao tribunal penal de Old Bailey, em Londres.
Natural da Irlanda do Norte, Robinson foi acusado de homicídio culposo, tráfico de seres humanos, ajuda à imigração ilegal e lavagem de dinheiro.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assinou nesta segunda-feira um livro de condolências em Grays, acompanhado do ministro do Interior, Priti Patel, informou seu gabinete.
Outro norte-irlandês foi detido em Dublin no sábado (26), enquanto mais três detidos pelo mesmo caso foram soltos sob fiança, informou a polícia no domingo.
Em um primeiro momento, a polícia britânica acreditava que os 31 homens e oito mulheres encontrados no caminhão fossem chineses. Várias famílias da província de Nghe An se manifestaram e disseram que parentes seus haviam emigrado de forma ilegal para o Reino Unido e que não tinham notícias deles há dias.
Segundo a imprensa local, 24 das 39 vítimas, encontradas na quarta-feira em uma zona industrial ao leste de Londres, podem ser vietnamitas. O número ainda não foi confirmado pelas autoridades.
Pelo menos duas famílias vietnamitas disseram temer que seus filhos, que usavam passaportes chineses, tenham morrido no caminhão.
O irmão de Pham Thi Tra, uma vietnamita de 26 anos, contou no sábado à AFP que a jovem enviou uma mensagem por telefone para a mãe. Nela, dizia que não conseguia "mais respirar" e que estava "quase morrendo".
As duas famílias são de Ha Tinh, uma região pobre do centro do Vietnã, de onde partem muitos migrantes que buscam enriquecer rapidamente.
Muitos passam pela Rússia ou pela China, com documentos falsos. A viagem pode custar o equivalente a quase US$ 40 mil.
Uma associação de vietnamitas residentes no Reino Unido, VietHome, recebeu fotos de cerca de 20 vietnamitas desaparecidos desde que o caminhão foi encontrado, assim como mensagens sobre o desaparecimento de pessoas com idades entre 15 e 45 anos.
O veículo com os migrantes chegou por ferry ao porto de Purfleet, no estuário do Tâmisa, procedente de Zeebruges, na Bélgica. Isso foi uma hora antes de a polícia ser alertada pelos serviços de resgate.
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