Primeiro-ministro britânico é pressionado a publicar relatório sobre interferência russa
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está sendo pressionado pela Câmara dos Lordes e pela oposição a publicar um relatório sobre a interferência da Rússia na política britânica.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inteligência e Segurança (ISC, na sigla em inglês), Dominic Grieve, pediu a Downing Street nesta terça-feira que publique o documento de 50 páginas elaborado pela comissão para que o Parlamento possa examiná-lo antes das eleições de 12 de dezembro.
A Câmara dos Lordes debateu na segunda-feira o fato do relatório não ter sido publicado. Um parlamentar independente, David Anderson, afirmou que o "atraso injustificável enfraquece a ISC e provoca suspeitas sobre o governo e suas motivações".
Um porta-voz de Downing Street afirmou que o processo de autorização para a publicação do material delicado ainda não foi concluído.
Grieve considera a decisão de não publicar o relatório "de cair o queixo", de acordo com o jornal The Guardian. Segundo a publicação, o informe examina principalmente as tentativas de interferência russa na campanha do referendo sobre o Brexit de 2016.
O documento tem com base análises dos serviços de inteligência britânicos e de especialistas. O processo de autorização da publicação começou em março e chegou em meados de outubro ao gabinete do primeiro-ministro, que deveria ter aprovado no fim da semana passada, de acordo com o jornal.
Os partidos de oposição, o Trabalhista e o independentista escocês (SNP), acusaram o governo de querer minimizar o alcance da interferência.
"Eu não escondo nada", se defendeu Michael Gove, secretário responsável pelos preparativos do Brexit, à BBC.
"O relatório será publicado no devido tempo", completou, ao citar questões de "segurança nacional".
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