Papa terá Semana Santa inédita por causa do coronavírus
O Papa Francisco se prepara para uma Semana Santa inédita devido à pandemia do novo coronavírus, sem procissões de fiéis e marcada pela morte, na Itália, de 67 padres pela doença.
Um dos momentos mais importantes da tradição católica, que lembra a morte de Jesus na cruz, acontecerá sem a presença de fiéis, sem a tradicional lavagem dos pés e sem a comovente Via-Crúcis precedida pelo pontífice, anunciou o Vaticano hoje.
A decisão não tem precedentes na história recente da Igreja e foi tomada "devido à emergência sanitária atual". O Papa irá presidir a portas fechadas, em abril, o Domingo de Ramos, a Quinta e Sexta-Feira Santa com a Via-Crúcis no Coliseu Romano, a Vigília Pascal e o Domingo de Ressurreição com a tradicional bênção "Urbi et Orbi".
Com o decreto divulgado hoje, a Congregação para o Culto Divino proibiu missas com a presença de fiéis durante a Semana Santa nos países afetados pela pandemia.
"A data da Páscoa não pode ser adiada. Iremos celebrá-la depois da preparação deste tempo especial da Quaresma, tão marcado pela dor, o medo e a incerteza", explicou o secretário da congregação, arcebispo Arthur Roche, ao portal oficial da Santa Sé, Vatican News.
A Igreja Católica dedicará um momento especial aos padres e freiras que morreram por causa do vírus, e às centenas de religiosos infectados em vários países.
Segundo o jornal "Avvenire", da Conferência Episcopal italiana, 67 padres morreram de covid-19, a maioria idosos que viviam no norte da Itália, área mais atingida.
Pela primeira vez, o Papa está transmitindo as missas das 7h na Casa Santa Marta, sua residência, onde rezou diversas vezes pelos médicos e famílias que lutam contra a pandemia.
Francisco agradeceu ontem a todos os padres que criaram sistemas para estar perto dos necessitados, com missas pela internet.
"Muitos fiéis rezam o rosário se conectando através do rádio, da TV ou da internet. Vivemos um momento excepcional. Não esqueçamos que Jesus fala da oração pessoal convidando-nos a rezá-la em nossas casas", assinalou Arthur Roche.
Em nome do Papa, o cardeal Konrad Krajewski visitou esta semana dois institutos religiosos de freiras em Roma onde 60 delas estão em quarentena por estarem infectadas, entre elas uma em estado grave.
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