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As epidemias do século 21, menos mortais que as do século 20

Farmacêutica usa máscara de proteção durante atendimento em Madri, na Espanha - David Benito/Getty Images
Farmacêutica usa máscara de proteção durante atendimento em Madri, na Espanha Imagem: David Benito/Getty Images

11/04/2020 09h27

Antes do novo coronavírus, que já fez mais de 100.000 mortos no mundo, o século 21 experimentou outras epidemias, mas menos fatais do que as do século anterior.

As principais epidemias deste século: Ebola no oeste da África (2013-2016 e desde 2018)

O vírus ebola, identificado pela primeira vez em 1976, causou entre o final de 2013 e março de 2016 uma epidemia de febre hemorrágica na Guiné, Serra Leoa e Libéria. É um vírus menos contagioso que outros, mas com uma taxa de mortalidade muito alta (50%).

Saldo: 11.300 mortos.

O vírus reapareceu em agosto de 2018 no leste da República Democrática do Congo. Após 52 dias sem casos, a RDC declararia em 13 de abril de 2020 o fim da epidemia, mas houve outra morte e será necessário esperar pelo menos 40 dias para ter certeza de que ela terminou.

Saldo: pelo menos 2.273 mortos.

gripe A H1N1 (2009-2010)

Saldo: 18.500 mortes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a revista médica The Lancet, o número é muito mais elevado, entre 151.700 e 575.400.

A gripe, chamada primeiro de gripe suína pela OMS, apareceu no México em março de 2009. Em 11 de junho, foi declarada uma pandemia, mas acabou sendo muito menos mortal do que o esperado.

Vários países organizaram campanhas massivas de vacinação, mas foram posteriormente criticados, assim como a OMS, por mobilização excessiva, levando em consideração que a gripe sazonal mata entre 250.000 e 500.000 pessoas por ano (dados da OMS).

SARS (2002-2003)

Saldo: 774 mortos.

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) apareceu em 2002 no sul da China. Foi transmitida do morcego para o homem através da civeta, um mamífero selvagem que é vendido vivo nos mercados chineses.

A SARS, altamente contagiosa e que pode provocar pneumonia fatal, afetou Hong Kong em particular (80% dos casos) e 30 outros países, mas com um número limitado de vítimas e uma taxa de mortalidade de 9,5%.

Gripe aviária (2003-2004)

Saldo: 400 mortos

Afetou primeiro as criações de frango em Hong Kong e depois foi transmitida ao Humano, mas fez um número limitado de vítimas.

As grandes epidemias do século 20: AIDS (De 1981 até o presente)

Saldo: 32 milhões de mortes, de acordo com UNAIDS.

Em 2018, cerca de 770.000 pessoas morreram de doenças relacionadas ao HIV, que afeta o sistema imunológico.

Hoje, 24,5 milhões de pessoas têm acesso a tratamentos antirretrovirais para a AIDS.

Gripe de Hong Kong (1968-1970)

Saldo: um milhão de mortos (número do Centro americano para Controle e Prevenção de Doenças, CDC).

Entre 1968 e 1970, esta doença, que matava crianças, surgiu na Ásia e chegou aos Estados Unidos e depois à Europa.

É considerada a primeira pandemia moderna porque se espalhou graças ao rápido transporte aéreo.

Gripe asiática (1957-1958)

Saldo: 1,1 milhão de mortes (números do CDC).

O vírus, que provocava sérios problemas pulmonares, apareceu na China em fevereiro de 1957 e, após vários meses, se espalhou pelos Estados Unidos e Europa. As principais vítimas eram pessoas idosas.

Gripe espanhola (1918-1919)

Saldo: até 50 milhões de mortos (valores do CDC).

Essa gripe chamada "espanhola", ativa em 1918 e 1919, é considerada a mais mortal da história em um período tão curto.

Deixou cinco vezes mais mortos do que as batalhas da Primeira Guerra Mundial. Foi detectada pela primeira vez nos Estados Unidos e depois se espalhou pela Europa e pelo mundo. Sua taxa de mortalidade era superior a 2,5%, de acordo com o CDC.