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Trump pede que Senado interrogue Obama sobre suposta teoria da conspiração

Donald Trump e Barack Obama - Win McNamee/Getty Images
Donald Trump e Barack Obama Imagem: Win McNamee/Getty Images

14/05/2020 19h49

Washington, 14 Mai 2020 (AFP) — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao Senado nesta quinta-feira (14) que investigue seu antecessor, Barack Obama, sobre uma suposta teoria da conspiração que, segundo o republicano, movimenta uma perseguição de seus opositores democratas.

A seis meses das eleições, nas quais tentará se manter no cargo, Trump quebrou uma regra tácita em Washington que determina que presidentes e ex-presidentes evitem confrontos públicos, e pediu a Obama que deponha sobre o que chamou de "Obamagate".

O "Obamagate", que faz alusão ao escândalo de Watergate que levou o republicano Richard Nixon a renunciar à Casa Branca em 1974, baseia-se no fato de que o governo Obama e um "Estado Profundo" atuavam em paralelo para arruinar a presidência de Trump a partir de investigações de seus contatos com entidades russas.

"Apenas faça", tuitou Trump, dirigindo-se à senadora Lindsey Graham, uma de suas aliadas republicanas mais leais, que preside a comissão judicial do Senado.

"A primeira pessoa que eu chamaria para testemunhar sobre o maior crime e escândalo político da história dos EUA, DE LONGE, é o ex-presidente Obama", disse Trump.

Logo depois, Obama pareceu responder a ele no Twitter, simplesmente escrevendo "Votem".

Mas Graham jogou um balde de água fria sobre a ideia de Trump, declarando ao site de notícias políticas: "Não acho que esteja na hora de fazer isso. Não sei se isso é possível".

Trump, no entanto, vai continuar a defender sua ideia do "Obamagate", enquanto tenta entusiasmar sua base de direita antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.

Entre as figuras que estão na mira de Trump no momento está o vice-presidente de Obama Joe Biden, seu provável rival democrata em novembro.

A teoria da conspiração "Obamagate" desafia uma investigação de dois anos liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre os contatos de Trump na Rússia.

Mueller determinou que Trump e sua campanha eleitoral tinham laços importantes, às vezes obscuros, com os russos, e que Moscou interferiu diretamente nas eleições de 2016 para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton. Mueller afirmou, no entanto, que não havia evidências conclusivas de conluio entre as partes.

Trump pediu punição àqueles que pressionaram por essa investigação, que classificou como "fraude".

Graham expressou preocupação sobre "o precedente que seria gerado após um ex-presidente ser interrogado" no Senado, mas prometeu realizar audiências para discutir a investigação sobre Rússia e Trump.