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Reino Unido ampliará direitos migratórios para Hong Kong, após lei de segurança

Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson - POOL
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson Imagem: POOL

Da AFP, em Londres

01/07/2020 10h08

O governo britânico anunciou hoje que estenderá os direitos de imigração para os residentes de Hong Kong, considerando que a nova lei de segurança nacional imposta pela China à ex-colônia britânica constitui uma "violação manifesta" de sua autonomia.

"Examinamos com atenção o conteúdo dessa lei de segurança nacional desde que foi publicada ontem à noite", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, à imprensa.

Ela "constitui uma violação manifesta da autonomia de Hong Kong e uma ameaça direta às liberdades de sua população", acrescentou.

O texto também viola, "de maneira clara e grave", a declaração comum assinada em 1984 entre o Reino Unido e a China, a qual abriu caminho para a devolução do território em 1997, frisou.

Como consequência, o primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, anunciou aos deputados que o Reino Unido cumprirá sua promessa de estender os direitos de imigração para os habitantes do território.

"É exatamente o que vamos fazer", declarou.

O governo modificará as condições associadas ao "passaporte britânico no exterior", o BN(O), para torná-las mais favoráveis. Isso permitirá que seus titulares trabalhem no Reino Unido e facilitará o acesso à cidadania britânica no longo prazo.

Cerca de 350 mil pessoas possuem o BN(O), um número que praticamente dobrou desde que os protestos começaram em Hong Kong, há um ano.

Outros 2,9 milhões de cidadãos de Hong Kong - todos nascidos antes de 1997 - também serão elegíveis para solicitar este documento.

Na terça-feira, o governo britânico disse estar "muito preocupado" com a controversa lei de segurança promulgada pelo presidente chinês, Xi Jinping, pedindo-lhe para "modificar esta decisão".

O Reino Unido devolveu Hong Kong à China em 1997, com a condição de que o território mantivesse certas liberdades, além de sua autonomia judicial e legislativa por 50 anos.

O texto aprovado ontem prevê penalidades para as atividades de secessão, "terrorismo", subversão, ou de ingerência estrangeira no território semiautônomo chinês.