Topo

Esse conteúdo é antigo

Sobreviventes pedem ao Facebook que apague publicações que negam Holocausto

Getty Images
Imagem: Getty Images

Nova York (EUA)

29/07/2020 23h21

Sobreviventes do Holocausto lançaram hoje uma campanha de publicação de vídeos no Facebook para pedir ao CEO da rede social, Mark Zuckerberg, que apague conteúdos que neguem o genocídio nazista dos judeus.

A campanha começou quando centenas de anunciantes boicotaram o Facebook como parte das reivindicações para que a rede social impeça todo tipo de conteúdo que promova o ódio e a violência.

Sobreviventes de todo o mundo, incluindo Eva Schloss, a irmã caçula de Anne Frank, gravaram mensagens de 30 segundos para divulgar nas redes sociais com a hashtag #NoDenyingIt (#NãoTemComoNegar).

"Eu perdi toda minha família. Muitos, muitos membros da minha família. Não tem como negá-lo! Eliminem do Facebook a negação do Holocausto", suplicou no vídeo Schloss.

Zuckerberg, que é judeu, foi alvo de polêmica e muitas críticas em 2018 ao afirmar que o Facebook não bloqueará publicações que neguem a morte de 6 milhões de judeus pelos nazistas, porque não acreditava que os negacionistas estavam "intencionalmente equivocados", apesar de suas publicações serem "extremamente ofensivas".

Em resposta às críticas, o Facebook anunciou que bloquearia este tipo de conteúdo em países onde os comentários são ilegais, como Alemanha, França e Polônia.

Nos Estados Unidos e no Reino Unido, onde devido às leis de liberdade de expressão a negação do Holocausto não é crime, o Facebook analisa as publicações individualmente para determinar se transgridem as normas da rede social.

Cerca de mil anunciantes, entre eles gigantes como Coca-Cola e Adidas, interromperam seus anúncios no Facebook por acreditar que a maior rede social do mundo precisa aplicar uma política mais dura contra o discurso de ódio.

Recentemente, o Facebook tem se mostrado mais proativo no combate às notícias falsas e chegou a excluir mensagens postadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O Facebook afirma que alerta os usuários quando líderes mundiais transgridem as normas da plataforma, embora suas mensagens possam ser lidas devido ao seu valor noticioso.