Incêndios continuam a se alastrar pelos EUA e fumaça chega à Europa
Os incêndios devastadores que varreram a costa oeste dos Estados Unidos continuam se alastrando hoje, enquanto a fumaça das chamas se espalham por todo o país e chegam à Europa.
"A escala e magnitude desses incêndios estão em um nível muito maior do que qualquer um dos 18 anos que nossos dados de monitoramento cobrem" desde 2003, disse Mark Parrington, cientista sênior e especialista em incêndios florestais do Serviço Europeu de Monitoramento da Atmosfera Copernicus.
Ele acrescentou que o fogo está emitindo tanta poluição que uma fumaça densa ficou visível a mais de 8 mil km de distância no norte da Europa, mostrando o quão devastadoras as chamas foram em magnitude e duração.
A fumaça mais forte dos incêndios, que começaram em meados de agosto no estado da Califórnia, permanece na costa oeste dos EUA. Cidades como Los Angeles e San Francisco, assim como Portland, em Oregon, e Seattle, em Washington, registraram algumas das piores qualidades de ar do mundo.
Já exaustos, os bombeiros estão agora lutando contra 79 grandes incêndios que assolam várias partes dos Estados Unidos, com "possível tempo crítico para incêndio" esperado no nordeste da Califórnia, informou a agência governamental National Interagency Fire Center na quarta-feira.
A maioria dos incêndios ocorre na Califórnia, onde, segundo a instituição, mais de 17 mil bombeiros estavam lutando contra 25 grandes incêndios e complexos de incêndio, o termo usado para descrever múltiplos incêndios em uma área.
"Sem precipitação significativa à vista, a Califórnia permanece seca e propícia para incêndios florestais", disse a agência estadual de combate a incêndios Cal Fire, acrescentando que um clima mais quente é esperado neste fim de semana, o que traz um "elevado risco de incêndio".
Nas proximidades de Los Angeles, as chamas do Bobcat Fire cercaram um observatório histórico na terça-feira, mas as equipes conseguiram proteger a estrutura.
"Embora ainda haja muito trabalho a ser feito no sudoeste e nas partes do incêndio no norte, seus bombeiros fizeram um trabalho incrível em torno do Monte Wilson hoje", tuitou o Serviço Florestal dos EUA, referindo-se ao local do observatório.
Além da Califórnia, onde mais de 30 pessoas morreram, os estados costeiros de Oregon e Washington também passaram por incêndios recordes que invadiram grandes centros populacionais.
Risco permanece alto
Em Oregon, 10 pessoas foram mortas no fogo alimentado por condições secas. Esperava-se que a chuva trouxesse um alívio, tão necessário, para partes do Oregon e Washington na quarta-feira, mas o perigo de incêndio permaneceu alto no norte da Califórnia.
As chamas em toda a costa oeste — algumas causadas por quedas de raios — já queimaram mais de dois milhões de hectares e desalojaram dezenas de milhares de pessoas.
O desastre trouxe a questão do aquecimento global para o primeiro plano na campanha para a eleição presidencial dos Estados Unidos, que será realizada em menos de dois meses. Historicamente, tem sido difícil provar uma ligação entre eventos climáticos extremos específicos e as mudanças climáticas.
No entanto, há evidências crescentes de que incêndios como esses não seriam tão intensos e generalizados sem o aquecimento que a humanidade causou na Terra durante a era industrial. Em geral, as mudanças climáticas têm demonstrado amplificar as secas, criando condições ideais para que as florestas queimem.
O impacto econômico dos incêndios deste ano deve ser impressionante. Um especialista estima o dano em mais de 20 bilhões de dólares.
As autoridades também alertaram que os incêndios podem piorar a pandemia do coronavírus, pois as pessoas forçadas a desocupar suas casas procuram abrigo em acomodações compartilhadas. Além disso, a inalação de fumaça e cinzas pode enfraquecer ainda mais os pulmões de pessoas infectadas com o vírus e prejudicar o sistema imunológico.
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