Topo

Esse conteúdo é antigo

O percurso do coronavírus até o milhão de mortos

3.set.2020 - Agente de saúde segura teste com resultado positivo para o novo coronavírus durante testagem na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro - Bruna Prado/Getty Images
3.set.2020 - Agente de saúde segura teste com resultado positivo para o novo coronavírus durante testagem na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro Imagem: Bruna Prado/Getty Images

26/09/2020 13h39

Em 11 de janeiro, a China registrava oficialmente a primeira morte por coronavírus. Oito meses depois, a doença que apareceu em dezembro de 2019 está prestes a atingir a marca de um milhão de vítimas fatais.

1.000 mortes em um mês

O Sars-CoV-2, o vírus responsável pela covid-19, espalhou-se rapidamente na China, em particular na província de Wuhan, onde foi detectado em dezembro.

Em um mês, a China registrou mais de mil mortes, saldo mais grave do que o causado pela SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que circulou na Ásia em 2002-2003, e que foi fatal para 774 pessoas.

A partir de fevereiro, o vírus começou a circular rapidamente fora da China. As Filipinas registraram sua primeira morte em 2 de fevereiro; Hong Kong, dois dias depois; seguidos por Japão e França, em 13 e 14 de fevereiro.

De epidemia para pandemia

Em apenas oito dias, de 11 a 19 de fevereiro, são anunciadas mais mil mortes, principalmente na China. A propagação do vírus se acelera.

Em 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus uma "pandemia", 30 países e territórios registravam 4.500 mortes, dois terços delas na China.

A Itália, que somava 800 mortes na época, e o Irã (300) veem um aumento vertiginoso dos casos de infecções e mortes.

Até meados de abril, o número de mortes diárias registradas na Europa e nos Estados Unidos não parou de aumentar. Na segunda semana de abril, o Velho Continente registrava mais de 4.000 mortes por dia, em média, e os Estados Unidos, 2.700.

Cinco meses depois, os Estados Unidos são o país mais atingido em número de mortes, com mais de 200 mil.

Globalmente, a semana mais letal foi registrada de 13 a 19 de abril. Todos os dias, mais de 7.400 mortes pelo vírus eram oficialmente anunciadas, e o total no mundo então chegava a quase 170 mil mortes, o dobro de 31 de março.

América Latina, novo epicentro

Em junho, o epicentro da pandemia mudou para a região da América Latina e do Caribe.

A partir de 15 de julho, durante um mês, a região teve uma média de 2.500 mortes por dia, número que diminuiu lentamente a partir de 15 de agosto, para registrar 1.900 mortes por dia na semana passada.

O Brasil, depois dos Estados Unidos, é o país que registra o maior número de mortes por coronavírus, com mais de 138 mil.

Em relação à população, Peru (958 mortes por milhão de habitantes), Bolívia (659), Brasil (650), Chile (644) e Equador (630) estão entre os dez países mais afetados no mundo, junto com Bélgica (859) e Espanha (661).

Segunda onda

Na Ásia, onde menos de 100 mortes eram registradas por dia até meados de abril, o aumento continua desde então.

Desde 20 de julho, a região ultrapassa 1.000 mortes quase todos os dias, e está perto de 1.500, principalmente devido à situação na Índia, que soma 90 mil óbitos.

A preocupação com uma segunda onda da pandemia está crescendo na Europa. A região registrou aumento de 20% nos casos esta semana em relação à semana anterior. As mortes também estão aumentando (614, +28%).

O Oriente Médio experimentou um pico de mortes durante o verão (boreal) e, em seguida, um ligeiro declínio. Mas a situação piorou e, na semana passada, ocorreram em média 330 mortes por dia, 18% a mais que na anterior.

O continente africano, oficialmente o menos afetado pela pandemia, registra cada vez menos mortes desde agosto (menos de 200 mortes por dia em meados de setembro).

A Oceania, onde o número de mortes por dia nunca ultrapassou a média de 20 pessoas, agora está abaixo de dez.

Em todo mundo, a curva está em um "platô" desde o início de junho, com cerca de 5.000 mortes por dia, segundo dados oficiais.