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Arábia Saudita não consegue cadeira no Conselho de Direitos Humanos da ONU

14/10/2020 06h44

Nações Unidas, Estados Unidos, 14 Out 2020 (AFP) - A Arábia Saudita falhou em sua tentativa de obter uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, enquanto China, Rússia e Cuba foram eleitos para um período de três anos.

Organizações de defesa dos direitos humanos celebraram a derrota de Riad, um resultado que afeta as tentativas da monarquia do Golfo de melhorar sua imagem internacional.

Quinze vagas estavam em jogo dentro da instituição de 47 membros, que é objeto de críticas de ativistas por incluir países acusados de violações aso direitos humanos.

Mas apenas quatro foram decididas por votação, todas na região Ásia-Pacífico.

A China recebeu 139 votos na eleição secreta, uma queda expressiva dos 180 que recebeu da última vez que o país foi eleito em 2016.

"Isto mostra que mais Estados estão perturbados com o péssimo histórico da China nos direitos humanos", tuitou Louis Charbonneau, diretor da Human Rights Watch.

Paquistão e Uzbequistão receberam 169 votos e o Nepal, 150.

A Arábia Saudita foi o único país aspirante que perdeu, com apenas 90 votos.

"O reino colhe o que plantou por suas graves violações aos direitos humanos e crimes de guerra no exterior", tuitou Bruno Stagno, vice-diretor da HRW.

Rússia e Cuba estavam entre os 11 países eleitos sem oposição. Todos os 193 membros da ONU podiam votar em cada região.

O controverso sistema de votação permite que os países estabeleçam acordos para determinar quem vai se candidatar, com frequência sem oposição.

O presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos em 2018.

"Hoje a Assembleia Geral da ONU novamente escolheu países com históricos horríveis nos direitos humanos", afirmou em um comunicado o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo.

Pompeo criticou as regras do Conselho, ao destacar que "permitem a eleição dos piores violadores dos direitos humanos do mundo para assentos no Conselho".

Pela América Latina e Caribe, atualmente integram o Conselho Argentina, Venezuela, Uruguai, Bahamas, Brasil, Chile, México e Peru.

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