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Reino Unido e Rússia farão primeiras vacinações contra a covid na próxima semana

Reino Unido e Rússia farão primeiras vacinações contra a covid na próxima semana - Siam.pukkato / Shutterstock
Reino Unido e Rússia farão primeiras vacinações contra a covid na próxima semana Imagem: Siam.pukkato / Shutterstock

02/12/2020 22h32Atualizada em 03/12/2020 08h55

O Reino Unido e a Rússia anunciaram hoje que começarão a vacinar suas populações a partir da próxima semana, graças, respectivamente, às vacinas das empresas americana Pfizer e alemã BioNTech e da russa Sputnik V.

O Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar o uso em massa da vacina Pfizer/BioNTech que, segundo as autoridades britânicas, atende a "padrões rígidos de segurança, qualidade e eficácia" e estará disponível a partir da próxima semana no país mais atingido da Europa, com 60.000 mortes confirmadas por covid-19.

Esta é uma notícia "fantástica", tuitou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Seu governo considera que o voto a favor da saída da União Europeia, o Brexit, permitiu ao Reino Unido acelerar a aprovação desta campanha de vacinação.

Horas depois do anúncio de Londres, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu às autoridades sanitárias de seu país o início de uma campanha de vacinação "em grande escala" na semana que vem.

A vacina russa Sputnik V, criada pelo laboratório Gamaleïa de Moscou, encontra-se na terceira fase dos ensaios clínicos com 40.000 voluntários. Seus criadores afirmam que é 95% eficaz, como a vacina da Pfizer/BioNTech.

A Rússia, o quarto país com o maior número de contágios por coronavírus no mundo (mais de 2,3 milhões), registrou nesta quarta-feira mais de 25.000 novos casos e um recorde de mortes diárias (580), chegando a um total de 41.053 óbitos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou que dará seu parecer em 29 de dezembro, "no mais tardar", sobre a vacina Pfizer/BioNTech e, em 12 de janeiro, sobre a da concorrente americana Moderna, ambas com eficácia perto de 95%.

Situação preocupante nos EUA

Do outro lado do Atlântico, a Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula o setor de remédios e alimentos nos Estados Unidos, também recebeu o pedido da Pfizer/BioNTech. Na segunda-feira (7), receberá o do laboratório Moderna.

Se der sua permissão, ambas as vacinas poderão estar disponíveis ainda este mês nos Estados Unidos, o país com o maior número de mortes pela pandemia: mais de 270.000.

Com as duas vacinas, o governo de Donald Trump prevê que serão administradas doses a 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos até final de fevereiro.

À espera que as vacinas contenham a pandemia, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou nesta quarta-feira que os casos de covid-19 aumentaram 30% em novembro no continente americano.

A preocupação diante da crise do coronavírus será o tema a partir desta quinta-feira de uma reunião especial da ONU, na qual participarão virtualmente líderes mundiais como o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e Boris Johnson. Outros mandatários como Trump, o presidente da China, Xi Jinping e Jair Bolsonaro informaram que não participarão do evento.

Restrições relaxadas na Europa

Em todo mundo, a pandemia causou mais de 1,4 milhão de mortes e 63 milhões de infecções.

Com mais de 423.000 mortes e 18 milhões de infecções, a Europa parece ter deixado o pico da segunda onda para trás, e alguns países diminuíram suas restrições.

Nesta quarta-feira, a Inglaterra passou de seu segundo confinamento a um sistema de restrições locais baseado em três níveis de alerta, a depender da gravidade da epidemia por região.

Para alívio de comerciantes e compradores no período que antecede o Natal, todas as lojas puderam reabrir, além de serviços religiosos e centros esportivos.

Na maior parte do país, porém, reunir-se com a família e com amigos em lugares fechados continua proibido e, nas áreas mais afetadas, bares e restaurantes podem vender apenas comida para viagem.

Os estabelecimentos comerciais também puderam reabrir na Bélgica, embora um confinamento parcial ainda esteja em vigor.

Na América Latina e no Caribe já foram registradas mais de 450.000 mortes e mais de 13 milhões de casos de contágio.

No Uruguai, um dos países menos afetados pela pandemia, com pouco mais de 5.000 casos e menos de 80 mortes em uma população total de 3,4 milhões de habitantes, o presidente Luis Lacalle Pou anunciou novas medidas de restrição diante do aumento sustentado de casos.

Entre as medidas anunciadas, estão o retorno ao trabalho remoto para o serviço público e a recomendação de fazê-lo na iniciativa privada, o cancelamento de todos os eventos esportivos em espaços fechados e o fechamento de bares e restaurantes à meia-noite.

Além das consequências humanas, a pandemia deixou os pobres ainda mais pobres.

No Brasil, por exemplo, um dos países mais desiguais do mundo e também um dos mais atingidos pela pandemia, 67 milhões de cidadãos (de um total de 212 milhões) receberam um auxílio emergencial e temem quando esse apoio financeiro acabará, em tese, no final do ano.

Se a ajuda parar, "não vou viver, vou sobreviver", disse Jaira Andrade do Nascimento, de 37 anos, em um assentamento ilegal na periferia de Salvador.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou o sétimo parágrafo, o recorde diário de mortes na Rússia é 580. O número 41.053 representa o total de óbitos no país desde o início da pandemia. As informações foram corrigidas.