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Especialistas da ONU pedem investigação internacional sobre envenenamento de Navalny

5.fev.2021 - O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou - AFP/ Moscow"s Babushkinsky district court press service / handout
5.fev.2021 - O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou Imagem: AFP/ Moscow's Babushkinsky district court press service / handout

01/03/2021 11h02

Genebra, 1 Mar 2021 (AFP) - Duas especialistas independentes da ONU pediram hoje uma investigação internacional sobre o envenenamento, em agosto do ano passado, do principal opositor russo, Alexei Navalny, e exigiram sua "libertação imediata".

"Dada a resposta inadequada das autoridades nacionais e do uso de armas químicas proibidas (...), acreditamos que uma investigação internacional deve ser realizada com urgência para apurar os fatos e esclarecer todas as circunstâncias que envolveram o envenenamento de Navalny", disseram em comunicado Agnès Callamard, relatora especial para execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, e Irene Khan, relatora especial para a promoção e proteção da liberdade de opinião e expressão.

"Acreditamos que o envenenamento do senhor Navalny com Novichok (um agente nervoso) foi feito deliberamente para enviar um aviso claro e assustador de que esse seria o destino de qualquer um que criticasse e se opusesse ao governo. O Novichok foi escolhido presicamente para criar medo", acrescentaram.

As duas especialistas, cuja opinião não compromete a ONU, pedem desde agosto ao governo russo que garanta "a realização rápida de uma investigação confiável e transparente que cumpra as normas internacionais e que torne as conclusões públicas".

Considerando insatisfatória a resposta das autoridades, elas destacam que uma investigação internacional é "particularmente crucial agora que o senhor Navalny está preso pelo governo russo e submetido ao seu controle".

"Pedimos ao governo russo que solicite ou autorize essa investigação", escreveram.

Os tribunais russos confirmaram na semana passada a condenação do ativista anticorrupção, de 44 anos, em um caso de fraude de 2014 que ele e muitos países ocidentais e ONGs denunciaram como fruto de motivações políticas.