Colombianos afirmam que foram contratados para entregar presidente haitiano à DEA
O assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise por um comando armado em 7 de julho foi planejado na vizinha República Dominicana, disse na quarta-feira (14) à noite o chefe da polícia do Haiti.
Em uma foto que viralizou nas redes sociais, é possível ver duas pessoas — entre os suspeitos depois detidos pela polícia — e o ex-senador Joel John Joseph — alvo de uma ordem de prisão — participando lado a lado em uma reunião.
Segundo o diretor-geral da polícia haitiana, Léon Charles, as pessoas na foto estavam planejando o assassinato do presidente Moise na República Dominicana.
"Estavam reunidos em um hotel de Santo Domingo. Ao redor da mesa estão os autores intelectuais, um grupo de recrutamento técnico e um grupo de arrecadação de fundos", disse Charles à imprensa.
"Algumas das pessoas na foto já foram detidas. É o caso do médico Christian Emmanuel Sanon e de James Solages. Este último coordenou com a empresa de segurança venezuelana CTU, com sede em Miami", acrescentou.
Na imagem também aparece Antonio Emmanuel Intriago Valera, responsável do CTU, assim como o chefe da empresa Worldwide Capital Lending Group, Walter Veintemilla, empresa alvo de investigação porque "teria arrecadado fundos para financiar" o assassinato, disse Charles.
"Havia um grupo de quatro (mercenários) que já estavam no país. Os outros chegaram em 6 de junho. Passaram pela República Dominicana. Nós rastreamos o cartão de crédito que foi usado para comprar as passagens", afirmou.
Entregar Moise à DEA
Até o momento, 21 pessoas foram detidas, incluindo 18 colombianos e 3 haitianos, dois deles também com nacionalidade americana. Três colombianos foram mortos pela polícia posteriormente.
"São ex-soldados das forças especiais da Colômbia. São especialistas, criminosos. Esta é uma operação bem planejada", afirmou o chefe policial.
Em meio à investigação, quatro agentes de segurança do presidente foram isolados e outros 24 estão submetidos a medidas cautelares, disse Charles.
Mercenários colombianos detidos afirmaram que foram contratados para capturá-lo e entregá-lo à agência de combate às drogas dos Estados Unidos, a DEA, revelou nesta quinta-feira a polícia colombiana, que apoia a investigação.
O general Jorge Vargas, chefe da organização, disse em coletiva de imprensa que os ex-militares deram essa versão em meio às investigações realizadas pelas autoridades haitianas com o apoio dos agentes de Inteligência da Colômbia.
A princípio, sua ideia era "planejar a prisão do presidente e colocá-lo à disposição — e isso é o que eles dizem — da DEA", comentou o oficial.
Segundo Vargas, o comando se dividiu em dois grupos: um de sete homens, que foram os que invadiram a casa onde "não ocorreu a suposta prisão, e sim a morte do presidente". O restante do grupo prestou apoio.
Vargas não forneceu mais detalhes da versão dos mercenários sobre o suposto plano de captura ou sobre a relação com a DEA, mas sugeriu que pode ser um engano e que apenas alguns sabiam o verdadeiro propósito da operação.
Esposa publica fotos no hospital
A viúva do presidente do Haiti, Martine Moise, levada para Miami após o ataque em que ficou gravemente ferida, publicou fotos de sua hospitalização nesta quinta-feira, agradecendo às pessoas que cuidaram dela e permitiram que resistisse.
"Obrigada à equipe de anjos da guarda que me ajudaram neste momento terrível", disse Martine Moise, junto de duas imagens em que aparece em uma maca de hospital.
"Com seu tratamento gentil, seu afeto e cuidado, pude resistir. Obrigada! Obrigada! Obrigada!", acrescentou a ex-primeira-dama haitiana, cujo braço direito aparecia completamente enfaixado.
"A dor de perder meu marido nunca vai passar", lamentou ela em outra mensagem escrita na língua crioula.
Martine Moise foi ferida em um braço e uma perna pelo comando armado que invadiu a residência do casal em Porto Príncipe e assassinou seu esposo.
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