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Morte do presidente do Haiti foi planejada na República Dominicana, diz a polícia

13.mar.2017 - O presidente do Haiti, Jovenel Moise, em foto de 2017; Moise foi morto em 7 de julho - Hector Retamal/AFP
13.mar.2017 - O presidente do Haiti, Jovenel Moise, em foto de 2017; Moise foi morto em 7 de julho Imagem: Hector Retamal/AFP

Da AFP, em Porto Príncipe

15/07/2021 10h51Atualizada em 15/07/2021 12h29

O assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise por um comando armado em 7 de julho foi planejado na vizinha República Dominicana, disse ontem à noite o chefe da polícia do Haiti.

Em uma foto que viralizou nas redes sociais, é possível ver duas pessoas — entre os suspeitos depois detidos pela polícia — e o ex-senador Joel John Joseph — alvo de uma ordem de prisão — participando lado a lado em uma reunião.

Segundo o diretor-geral da polícia haitiana, Léon Charles, as pessoas na foto estavam planejando o assassinato do presidente Moise na República Dominicana.

"Estavam reunidos em um hotel de Santo Domingo. Ao redor da mesa estão os autores intelectuais, um grupo de recrutamento técnico e um grupo de arrecadação de fundos", disse Charles à imprensa.

"Algumas das pessoas na foto já foram detidas. É o caso do médico Christian Emmanuel Sanon e de James Solages. Este último coordenou com a empresa de segurança venezuelana CTU, com sede em Miami", acrescentou.

Na imagem também aparece Antonio Emmanuel Intriago Valera, responsável do CTU, assim como o chefe da empresa Worldwide Capital Lending Group, Walter Veintemilla, empresa alvo de investigação porque "teria arrecadado fundos para financiar" o assassinato, disse Charles.

"Havia um grupo de quatro (mercenários) que já estavam no país. Os outros chegaram em 6 de junho. Passaram pela República Dominicana. Nós rastreamos o cartão de crédito que foi usado para comprar as passagens", afirmou.

Até o momento, 21 pessoas foram detidas, incluindo 18 colombianos e 3 haitianos, dois deles também com nacionalidade americana. Três colombianos foram mortos pela polícia posteriormente.

"São ex-soldados das forças especiais da Colômbia. São especialistas, criminosos. Esta é uma operação bem planejada", afirmou o chefe policial.

Em meio à investigação, quatro agentes de segurança do presidente foram isolados e outros 24 estão submetidos a medidas cautelares, disse Charles.