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Liberais de Trudeau vencem eleições nos Canadá, mas governarão em minoria

Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, concede entrevista durante quarentena para falar sobre coronavírus - Reprodução/CPAC
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, concede entrevista durante quarentena para falar sobre coronavírus Imagem: Reprodução/CPAC

Da AFP

21/09/2021 05h58Atualizada em 21/09/2021 06h27

Os liberais de Justin Trudeau venceram as eleições parlamentares do Canadá, um triunfo parcial para o atual primeiro-ministro, que não conseguiu recuperar a maioria após uma campanha que ser revelou mais difícil do que ele esperava.

De acordo com as projeções da imprensa canadenses o Partido Liberal conquistaria 155 cadeiras no Parlamento, abaixo das 170 necessárias para obter a maioria.

Trudeau prometeu em seu discurso da vitória, na madrugada de hoje, que trabalhará para que o país tenha um "futuro melhor" após a pandemia.

"Vocês (os canadenses) estão nos mandando de volta ao trabalho com um mandato claro para superar esta pandemia rumo a dias melhores", afirmou Trudeau, 49 anos, ao lado de sua esposa Sophie Gregoire e de seus filhos.

O chefe de Governo convocou eleições antecipadas em meados de agosto para tentar recuperar a maioria que perdeu em 2019.

Mas após um início bastante favorável e pesquisas alentadoras, Trudeau enfrentou uma campanha especialmente complicada. O desgaste do poder foi percebido e a "Trudeaumanía" de sua primeira eleição em 2015 parecia algo muito distante.

Ele enfrentou manifestantes irritados com as medidas sanitárias contra a pandemia. Em um evento, uma pessoa chegou a lançar pedras contra o primeiro-ministro.

Os principais candidatos votaram na manhã de segunda-feira após uma campanha complicada de 36 dias.

Durante a campanha, Trudeau afirmou que o retorno dos conservadores ao poder seria o sinônimo de retrocesso, especialmente na questão climática.

"Estou orgulhoso de votar hoje, tenha certeza que você também fez o mesmo", afirmou o principal adversário de Trudeau, o conservador moderado Erin O'Toole, no Twitter, com uma foto diante da urna ao lado da esposa.

O'Toole havia prometido aos canadenses que ele seria a encarnação da renovação e fez uma sólida campanha de centro.

"Mas, no fim das contas, podemos afirmar que realmente foi uma campanha para nada", disse Felix Mathieu, da Universidade de Winnipeg, ao destacar que em muitas províncias os representantes "foram sistematicamente reeleitos".

"Gestão da pandemia"

"Não estou contente com esta votação, Justin tinha dito que não iria convocar eleições durante a covid e no fim, assim que acreditou que era o momento certo para ter maioria, ele convocou. Então eu realmente creio que ele mentiu para nós", disse Douglas O'Hara, revoltado, na entrada de sua zona eleitoral em Montreal. Pela primeira vez na vida, esse homem de 73 anos não votou no Partido Liberal.

Outros eleitores, porém, destacaram como Trudeau lidou com a crise de saúde e que o país tem uma das maiores taxas de vacinação do mundo.

"Para mim, a gestão da pandemia é a questão mais importante nesta eleição. E acho que o primeiro-ministro lidou bem com isso", argumentou Kai Anderson, de 25 anos, eleitor em Ottawa, a capital federal.

Durante a campanha, os candidatos se enfrentaram em temas como a mudança climática, a reconciliação indígena, moradia acessível, vacinação obrigatória contra a covid-19 e os passes sanitários.

O'Toole, de 48 anos, foi criticado por ter apoiado a flexibilização precoce das restrições sanitárias em Alberta e em outras províncias lideradas por conservadores, nas quais existem hoje surtos de covid que forçam hospitais sobrecarregados a enviar pacientes para outras unidades de saúde no Canadá.

Os quase 27 milhões de canadenses com mais de 18 anos que estavam registrados para votar na segunda-feira definiram os 338 membros da Câmara dos Comuns.

Quando nenhum partido consegue obter a maioria no Parlamento, o vencedor é obrigado a formar um governo de minoria.