Em estado grave, ex-presidente Saakachvili suspende greve de fome na Geórgia
Tiblíssi, 20 Nov 2021 (AFP) - O líder da oposição detido e ex-presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, suspendeu uma greve de fome de 50 dias neste sábado (20, noite de sexta-feira 19 em Brasília) depois de ser transferido para um hospital militar em estado grave.
"O ex-presidente Saakashvili encerrou formalmente sua greve de fome depois que foi transferido para o hospital militar de Gori", 90 km a oeste da capital Tbilisi, informou o médico Nikoloz Kipshidze à AFP.
"Ele ainda está em estado de risco de vida e foi colocado em terapia intensiva", acrescentou o médico, que lembrou que o ex-presidente será alimentado novamente neste sábado.
Milhares de seus apoiadores saíram às ruas da capital georgiana na noite desta sexta-feira para exigir garantias de tratamento médico adequado para o ex-presidente deste país do Cáucaso.
Na véspera, Saakashvili, 53, desmaiou durante uma reunião com advogados, o que incentivou sua defesa a pedir às autoridades que permitissem sua transferência para um hospital civil, um pedido que foi rejeitado.
O hospital militar de Gori "é um lugar onde o Estado pode garantir sua saúde e segurança", afirmou o ministro da Justiça, Rati Bregadzé, pela manhã, quando o governo considerou transferi-lo para esta instalação.
A decisão foi tomada depois que o Dr. Guiorgui Grigolia, que examinou Saakashvili, disse à AFP que "sua vida está ameaçada" e que "deve ser transferido sem demora para uma clínica civil", devido a problemas cardíacos e neurológicos.
Esses males "podem se tornar irreversíveis, e até fatais, sem cuidados adaptados, impossíveis de serem prestados no estabelecimento médico onde está localizado", avaliou.
Exílio e prisão
O ex-presidente (2004-2013) parou de se alimentar em 1º de outubro para protestar contra sua prisão. Pró-Ocidente, Saakashvili é atualmente o líder da oposição e foi preso ao retornar ao país após oito anos no exílio, pouco antes das eleições municipais.
Liderada pelo Movimento Nacional Unido de Saakashvili, a oposição georgiana organizou várias manifestações em massa, pedindo a libertação do ex-presidente e denunciando os resultados das eleições.
Em 8 de novembro, Saakashvili foi transferido para um hospital penitenciário. Mas, no início desta semana, os médicos estimaram que seu estado era crítico e pediram que ele fosse transferido para a unidade de terapia intensiva de uma instituição com melhores equipamentos.
Em 11 de novembro, o ex-presidente disse que encerraria sua greve de fome se fosse transferido para uma "clínica de alta tecnologia".
O ex-presidente é uma figura carismática, tão adorada quanto criticada. Por um lado, ele é conhecido por ter lutado com eficácia contra a corrupção. Por outro, é criticado pela desastrosa guerra de 2008 contra a Rússia.
Sua prisão agravou ainda mais a crise política do país.
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