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Principal acusado de atentados em Paris reaparece em tribunal após superar covid

5.fev.2018 - Salah Abdeslam, principal suspeito do ataque de novembro de 2015 em Paris, no Palácio de Justiça de Bruxelas para o primeiro dia de seu julgamento - Emmanuel Dunand/AFP
5.fev.2018 - Salah Abdeslam, principal suspeito do ataque de novembro de 2015 em Paris, no Palácio de Justiça de Bruxelas para o primeiro dia de seu julgamento Imagem: Emmanuel Dunand/AFP

06/01/2022 14h51

O julgamento dos atentados que deixaram 130 mortos em Paris e seus arredores em novembro de 2015 foi retomado nesta quinta-feira (6) na presença do principal acusado, Salah Abdeslam, que contraiu covid-19 no final de dezembro na prisão.

O julgamento, que começou em setembro e no qual já compareceram sobreviventes, pessoas próximas das vítimas e investigadores, entra a partir de agora em uma nova fase, com o interrogatório dos 14 acusados presentes.

A atenção está toda voltada para Abdeslam, o único membro com vida dos comandos extremistas que promoveram o atentado em 15 de novembro de 2015 em frente ao Estádio da França, ao norte de Paris, nos terraços da capital e na sala Bataclan.

Abdeslam, que não comparecia ao tribunal desde 25 de novembro, estava presente nesta quinta-feira, depois que vários testes médicos consideraram que estava em condições de ir, apesar de ter contraído covid-19 no final de dezembro.

No entanto, outro acusado, Osama Krayem, protagonizou a audiência ao se recusar inicialmente a comparecer. Finalmente aceitou ir depois que o tribunal indicou que o obrigaria à força se fosse necessário.

Antes de suspender temporariamente a audiência, o presidente do tribunal, Jean-Louis Périès, afirmou que seria "obrigado a usar a força pública para fazê-lo comparecer", já que estava previsto seu interrogatório.

Após chegar ao tribunal, Périès lembreu a Krayem seu "direito de ficar em silêncio". Em uma carta lida pouco antes por sua advogada Margaux Durand-Poincloux, este sueco de 29 anos anunciou sua decisão de não tomar mais a palavra.

"Em um primeiro momento, queria me expressar diante da corte", mas "ninguém busca a verdade", acrescentou nesta breve carta, na qual diz que o julgamento é uma "farsa".