Caminhoneiros continuam bloqueios em rodovias no Chile; Latam mantém suspensão de voos
Caminhoneiros independentes continuaram neste domingo (13), pelo terceiro dia consecutivo, os bloqueios nas rodovias do Chile em protesto pela morte de um colega, apesar de um acordo alcançado com o governo de Sebastián Piñera que envolve a militarização de áreas de fronteira.
Além disso, a Latam, principal companhia aérea nacional, anunciou que a suspensão de voos está mantida como resultado de cortes nos acessos a aeroportos do norte do Chile, especialmente em Iquique, porto a cerca de 1.800 km de Santiago.
"O bloqueio não acabou. Até que os líderes nos digam, está mantido", disseram os motoristas sobre seus caminhões bloqueando a principal rodovia de Iquique, em cenas que se repetem em vários trechos próximos a Santiago e no sul do país.
O governo chegou a um acordo no sábado com 17 sindicatos de caminhoneiros para garantir maior segurança na rota, especialmente no norte, onde denunciam o aumento de assaltos e ataques em meio a uma complexa situação migratória.
O acordo implica um "estado de exceção", em vigor a partir desta segunda-feira (14), para o envio de soldados e ajuda em equipamentos nas zonas fronteiriças de quatro províncias das regiões de Antofagasta e Arica.
Após este anúncio, o influente sindicato dos caminhoneiros suspendeu os bloqueios, realizados em protesto contra a migração irregular.
Por esta região do altiplano, desde 2020 epicentro de uma crise migratória sem precedentes no Chile, entram diariamente de forma clandestina milhares de pessoas, a maioria de nacionalidade venezuelana.
Foi em uma estrada que liga essas áreas com a cidade mineira de Antofagasta que, na quinta-feira, um jovem caminhoneiro chileno morreu após um suposto confronto com três pessoas, entre elas um menor de 16 anos, que a polícia identificou como venezuelanos.
A polícia prendeu três venezuelanos após o incidente.
Este novo incidente aumentou a tensão que existe há meses nas grandes cidades do norte do Chile, fronteira com o Peru, que sofrem com problemas de segurança pública e a deterioração de seus espaços públicos desde a chegada descontrolada de imigrantes indocumentados.
Ao menos 20 migrantes morreram nas passagens clandestinas a mais de 4.000 metros de altitude e com temperaturas abaixo de zero quando fazem a travessia, durante a noite.
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