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Zelensky pede ao Conselho de Segurança da ONU para agir 'imediatamente' na Ucrânia

05/04/2022 15h00

Nações Unidas, Estados Unidos, 5 Abr 2022 (AFP) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, instou, nesta terça-feira (5), a ONU a agir "imediatamente" diante dos "crimes de guerra" cometidos - segundo ele - pela Rússia em seu país, porque, caso contrário, é melhor "fechar" a organização internacional.

Em um discurso solene transmitido ao vivo por videoconferência na sala do Conselho de Segurança, Volodymyr Zelensky também pediu que a Rússia seja excluída do órgão, do qual é um dos cinco membros permanentes, assim como uma reforma do sistema das Nações Unidas, para que "o direito ao veto não signifique direito a morrer".

"Agora, precisamos de decisões do Conselho de Segurança para a paz na Ucrânia. Se não sabem como tomar esta decisão, podem fazer duas coisas", disse o presidente ucraniano.

"Excluir a Rússia como agressor e o responsável por iniciar a guerra, para que não bloqueie as decisões relacionadas com sua própria agressão. E, depois, fazer tudo o que for possível para conseguir a paz", afirmou Zelensky na presença do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Ou então, a outra opção é demonstrar, por favor, que podemos reformar e mudar [...] Se não houver alternativa, ou opção, o próximo passo seria sua dissolução por completo", exigiu o presidente ucraniano.

Esta sessão do Conselho de Segurança estava prevista há algum tempo e foi presidida pela embaixadora britânica.

- "Unicamente por seu prazer" -Zelensky afirmou que "mataram pessoas com granadas em seus apartamentos, em suas casas, atingiram civis dentro de seus carros com tanques nas rua, unicamente por prazer".

"Amputaram membros, cortaram gargantas. Mulheres foram estupradas e mortas na presença de seus filhos", declarou de um escritório com paredes brancas e a bandeira ucraniana ao fundo.

Estas ações demonstram que agora "a Carta das Nações Unidas é violada desde o seu primeiro artigo", disse Zelensky, que pediu que a Rússia "seja responsabilizada" pelos "piores crimes de guerra" cometidos, segundo ele, desde a Segunda Guerra Mundial.

"Se continuar assim, os países somente poderão confiar na potência de suas próprias forças para garantir sua segurança e já não mais no direito internacional, nas instituições internacionais" e as Nações Unidas "terão que fechar".

"Há que se restabelecer a Carta da ONU imediatamente", pediu.

O presidente ucraniano também denunciou a "colonização" da Rússia.

"Necessitam de nossa riqueza, de nossa gente. A Rússia já enviou centenas de milhares de nossos cidadãos a seu país. Mais de 2.000 crianças foram sequestradas", acrescentou ele. "A Rússia quer transformar os ucranianos em escravos silenciosos".

Após este discurso e a divulgação de um vídeo com "imagens espantosas", nas palavras da embaixadora britânica Barbara Woodward, o representante russo no Conselho de Segurança respondeu ao presidente ucraniano.

"Não fomos à Ucrânia para conquistar territórios", disse Vasili Nebenzia, rejeitando mais uma vez as acusações de que o exército russo cometeu atrocidades.

"Você viu corpos e escutou depoimentos, mas apenas viu o que lhe foi mostrado. Você não pode ignorar as flagrantes inconsistências nas versões dos fatos divulgados pelos meios de comunicação ucranianos e ocidentais".

Ele acrescentou que seu país evacuou "600 mil pessoas" da Ucrânia, incluindo "mais de 119 mil crianças". "E, não estamos dizendo, de maneira nenhuma, (de pessoas que vão) baixo coação ou sequestradas, como descrevem nossos sócios ocidentais, mas sim, por vontade própria", afirmou.

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