Após explosões, Congresso e STF suspendem trabalhos até as 12h de quinta

A Câmara dos Deputados, o STF e o Senado suspenderam os trabalhos previstos até as 12h de quinta (14), após as explosões na praça dos Três Poderes na noite desta quarta (13).

O que aconteceu

Prédios passarão por varredura. Em nota, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a situação "deve ser apurada com a urgência necessária para esclarecimento de todas as suas causas e circunstâncias". O STF, por sua vez, divulgou nota explicando que as varreduras ocorrerão nesta noite e durante a madrugada e que a situação será reavaliada amanhã.

Lira manifestou "total repúdio a qualquer ato de violência". Além da explosão em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), um carro explodiu em um estacionamento próximo ao anexo 4 da Câmara.

Trabalhos também estão suspensos no Senado. Informação foi confirmada por volta das 23h30. Em entrevista logo após a sessão, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia dito que medidas de segurança foram adotadas por conta da situação.

Explosões levaram Câmara a suspender os trabalhos. Medida foi adotada por volta das 20h45 por Sóstenes Cavalcante (PL-AL), que presidia os trabalhos naquele momento.

Situação motivou discussão de meia hora entre parlamentares. Deputados a favor da aprovação de um texto que amplia a imunidade tributária para igrejas tentaram manter a discussão, mas prevaleceu a vontade de membros do PT e do PSOL que pediam a interrupção dos trabalhos por conta das explosões.

Uma das explosões aconteceu perto do STF

Uma pessoa com explosivos se aproximou da entrada do prédio. A explosão foi ouvida de dentro do edifício, após o fim da sessão do plenário. Não houve danos na parte interna do prédio, que foi evacuado. O suspeito havia explodido o carro antes, no estacionamento entre os anexos 2 e 4 da Câmara dos Deputados, e seguiu para o Supremo, onde tentou entrar antes de explodir.

O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal já abriram investigações sobre o episódio. A governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), disse esperar que o episódio se trate de um caso de "lobo solitário", ou seja, sem outras pessoas envolvidas.

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Episódio acontece quase 2 anos após 8 de janeiro

Atos antidemocráticos começaram como passeata e terminaram em confronto. Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcharam pelo Eixo Monumental e invadiram prédios públicos em Brasília.

À época, Congresso, Planalto e STF foram invadidos. As sedes do Legislativo, do Executivo e do Judiciário foram alvos dos manifestantes, inconformados com a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Só na Câmara, danos chegaram a R$ 2,7 milhões. No Senado, o prejuízo foi maior: R$ 3,5 milhões. Já o STF teve R$ 12 milhões em danos e mais de 950 itens furtados.

Diante da situação, o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Até hoje, invasores de prédios públicos respondem a processos na Justiça por conta dos episódios.

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