Segurança do STF diz que homem deitou no chão e aguardou explosão de bomba

Em depoimento à polícia, um segurança do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou que o autor das bombas na Praça dos Três Poderes deitou no chão e esperou uma das explosões ocorrer.

O que aconteceu

Francisco Wanderley Luiz teria se aproximado e ficado em frente à estátua da Justiça em uma "atitude suspeita", segundo o segurança. O homem carregava uma mochila e um extintor. As informações estão no boletim de ocorrência ao qual o UOL teve acesso.

Durante a ação de Luiz, apenas um segurança do Supremo estava no local. Aos agentes da polícia, o funcionário da Corte disse que tentou se aproximar do homem, mas teria sido advertido por ele. Ele também afirmou que acionou reforço "imediato".

Boletim de ocorrência diz que o Luiz jogou artefatos que causaram explosão, mas a distância impediu que atingisse o prédio do STF. Ele teria lançado cerca de três explosivos. A 500 metros dali, no estacionamento da Câmara, um carro foi detonado.

Visualizou um objeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. Tirou os artefatos e verificou que o indivíduo trazia algo diferente. Pegou um extintor, desistiu e o colocou no chão.
Trecho do depoimento do segurança à polícia

O catarinense de Rio do Sul foi candidato a vereador em 2020 pelo PL. À época, ele se candidatou com o nome Tiü França e recebeu 98 votos e não foi eleito para o cargo.

Em publicações no Facebook, horas antes das explosões, Luiz falou em bombas na casa de lideranças políticas. "Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc.", escreveu.

"Deixaram a raposa entrar no galinheiro", disse o chaveiro ao postar uma suposta foto no plenário do STF. A Corte informou ao UOL que apura a data exata do registro e a veracidade da imagem.

Entenda o caso

As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal suspendeu os trabalhos.

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Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.

A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".

O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.

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