Organização denuncia aumento de agressões a defensores de direitos humanos na Guatemala
As agressões contra defensores dos direitos humanos na Guatemala aumentaram durante o governo do presidente conservador Alejandro Giammattei (2020-2024), denunciou nesta quarta-feira (24) uma organização social.
De janeiro de 2020 a junho de 2022, foram registrados 2.646 casos de agressões contra ativistas, operadores de justiça independentes, líderes comunitários e jornalistas, entre outros atores, disse Jorge Santos, coordenador da Unidade de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos na Guatemala (UDEFEGUA).
Segundo um relatório da UDEFEGUA, o número é superior aos 1.642 registrados durante o governo de Jimmy Morales (2016-2020) e aos 2.260 casos denunciados na administração de Otto Pérez (2012-2015).
Durante o primeiro semestre de 2022, a organização registrou 589 agressões, principalmente contra ex-promotores e juízes que investigaram importantes casos de corrupção.
Também mencionou a recente prisão, por suposta lavagem de dinheiro, do jornalista José Rubén Zamora, do El Periódico, que divulgou denúncias de corrupção na gestão de Giammattei e da procuradora-geral Consuelo Porras, sancionada no ano passado pelos Estados Unidos.
"A finalidade é fortalecer um regime de impunidade, corrupção e violência e, para isso, a defesa dos direitos humanos está sendo gravemente violentada", alertou Santos.
Em junho, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) acrescentou a Guatemala a sua lista de países onde são observadas graves violações aos direitos humanos, ao lado de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Giammattei nega as acusações.
hma/mav/yow/jc/mvv
© Agence France-Presse
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