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Homem que atacou marido de Nancy Pelosi procurava a líder democrata

08.dez.19 - A presidente da Câmara Nancy Pelosi (D-CA) e seu marido Paul Pelosi chegam para a 42ª edição do Kennedy Awards em Washington, EUA - JOSHUA ROBERTS/REUTERS
08.dez.19 - A presidente da Câmara Nancy Pelosi (D-CA) e seu marido Paul Pelosi chegam para a 42ª edição do Kennedy Awards em Washington, EUA Imagem: JOSHUA ROBERTS/REUTERS

29/10/2022 00h13

Um agressor atacou com um martelo o marido de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, após invadir sua residência na Califórnia na madrugada desta sexta-feira (28), em busca da líder democrata, informaram autoridades.

O agressor "exigia ver a presidente da Câmara" e "ameaçou de morte" Paul Pelosi, informou o porta-voz da congressista, Drew Hammill.

A polícia disse que, quando os agentes chegaram à casa da vítima em San Francisco, pouco antes das 2h30 da madrugada, o agressor e Paul Pelosi travavam uma luta corporal por um martelo.

"Nossos agentes observaram que o senhor Pelosi e um suspeito seguravam ambos um martelo. O suspeito tomou o martelo do senhor Pelosi e o agrediu violentamente com o mesmo", provocando ferimentos em seu crânio e corpo", informou o comandante da polícia de San Francisco, Bill Scott.

A presidente da Câmara dos Representantes, segunda na linha de sucessão da presidência do país, estava em Washington naquele momento. Scott identificou o agressor como David Depape, 42 anos, e disse que ele seria acusado de tentativa de homicídio, agressão com arma letal, roubo e outros crimes.

Embora tenha dito que ainda não poderia revelar a suposta motivação do crime, o comandante afirmou que "foi intencional. Todos deveriam achar repugnante o que aconteceu nesta manhã", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou para Nancy Pelosi para manifestar seu apoio pelo "ataque horrível", informou a Casa Branca, antes de denunciar a agressão "abominável" mais tarde, quando se dirigia à Filadélfia.

Não "existe lugar" para a violência política nos Estados Unidos, indicou o presidente a menos de duas semanas para a realização das eleições de meio de mandato, conhecidas como "midterms", no país. "Já chega", acrescentou.

'Indignado'

Citando fontes da família Pelosi, a imprensa americana informou que o invasor disse a Paul que iria amarrá-lo e aguardar Nancy chegar em casa. A vítima conseguiu telefonar para o serviço de emergência enquanto o homem estava distraído, segundo a rede de TV a cabo MSNBC.

O invasor entrou na casa através de uma porta de vidro deslizante, reportou o jornal Wall Street Journal, citando agentes de polícia que falaram sob condição de anonimato.

O agressor mostrou ideais de extrema direita nas redes sociais, incluindo teorias da conspiração sobre a covid-19, disse um dos oficiais à publicação.

Drew Hammill informou que Paulo Pelosi, 82, recebia "um atendimento médico excelente e deve se recuperar totalmente". O suspeito do ataque também se encontra hospitalizado.

O ataque aconteceu em um ano conturbado para o marido de Pelosi, que foi declarado culpado de dirigir alcoolizado depois de um acidente em maio, e condenado a cinco dias de prisão.

Em plena campanha eleitoral nos Estados Unidos, integrantes dos partidos Democrata e Republicano alertam para a violência no contexto das eleições.

Segundo a polícia do Capitólio, as ameaças contra legisladores mais que dobraram desde 2017, superando as 9.000 anuais.

Membros dos dois partidos manifestaram apoio a Pelosi nas redes sociais, e muitos sugeriram que o ataque era consequência do aumento da retórica violenta no discurso político.

Adam Kinzinger, membro republicano do comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021, culpou as teorias conspiratórias difundidas por Donald Trump e seus seguidores de extrema direita.

"Quero ser claro: quando se convence as pessoas de que os políticos fraudam as eleições, bebem o sangue de bebês, etc., haverá violência. Devemos rejeitar isso", disse.

Além de Kinzinger, o líder da bancada republicana na Câmara, Steve Scalise, disse que estava "indignado" com o ataque.