G20 pede o fim da guerra e faz fortes críticas à Rússia
![Imagens divulgadas por agências de notícias mostram ação de paramédicos em local de explosão em Przewodow, na Polônia - UGC/REUTERS](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/69/2022/11/15/imagens-divulgadas-por-agencias-de-noticias-mostram-acao-de-paramedicos-em-local-de-explosao-em-przewodow-na-polonia-1668556831931_v2_450x600.jpg)
A reunião de cúpula do G20 terminou nesta quarta-feira (16) na ilha indonésia de Bali com uma condenação majoritária à Rússia e apelos renovados pelo fim da guerra na Ucrânia, que tem consequências calamitosas para o planeta.
A reunião dos líderes das grandes economias do planeta foi abalada pelos grandes bombardeios russos de terça-feira contra a Ucrânia e pela queda de um míssil na Polônia, o que provocou o temor de uma escalada do conflito.
Os acontecimentos não impediram, porém, a divulgação de um comunicado conjunto ao final do encontro, um texto que inclui uma condenação da maioria dos países à guerra na Ucrânia e destaca seu grave impacto na economia mundial.
"É a primeira declaração conjunta desde fevereiro de 2022", celebrou o presidente do país anfitrião, o indonésio Joko Widodo, que reconheceu "discussões muito duras" para alcançar um texto unânime.
O comunicado final do G20 reconhece "outros pontos de vista", mas afirma que "a maioria dos membros condena de maneira veemente a guerra na Ucrânia e destacaram que está provocando um imenso sofrimento humano".
Também aponta que o conflito "afetou de maneira ainda mais negativa a economia global" e considera "inadmissível" o uso de armas nucleares ou a ameaça de recorrer a este tipo de armamento, como já fez de maneira velada o presidente russo Vladimir Putin.
Com as tensões geopolíticas existentes e a falta de acordo em todas as reuniões preparatórias, poucos esperavam a aprovação de uma declaração conjunta, que exige unanimidade. Menos ainda uma condenação, mesmo não sendo unânime, ou a citação do conceito "guerra na Ucrânia", vetado na Rússia.
Falta de vontade de Putin
Os bombardeios russos de terça-feira na Ucrânia e a queda do míssil na Polônia, membro da União Europeia e da Otan, alteraram os debates e as reuniões multilaterais.
Em seu segundo discurso por videoconferência na reunião, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia e afirmou que a ação era uma "mensagem" de Moscou para o G20.
Poucas horas depois, no entanto, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que é "muito provável" que o míssil que caiu em seu país pertencesse à defesa antiaérea ucraniana.
A delegação dos Estados Unidos convocou uma reunião de emergência de aliados do G7 e da Otan, na qual pediram uma investigação sobre o que aconteceu na Polônia e condenaram os bombardeios "bárbaros" da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas.
"Os acontecimentos desta noite são uma evidência clara, mais uma prova da falta de vontade de Putin de acabar com guerra", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Insegurança alimentar
O encontro de cúpula na ilha indonésia foi precedido por um longa reunião entre Biden e o presidente chinês Xi Jinping, em que ambos tentaram impor limites à crescente rivalidade entre as duas potências e encontraram um tema comum na guerra na Ucrânia.
Embora a China, assim como a Índia, tenha evitado condenar a guerra e criticar diretamente seu aliado em Moscou, o país convocou os dois lados a negociar, denunciou a ameaça de uso de armas nucleares e criticou a instrumentalização bélica de alimentos e da energia.
"A China pode desempenhar um papel de mediação maior ao nosso lado nos próximos meses", comentou o presidente francês, Emmanuel Macron, para quem o encontro de cúpula envia "uma mensagem muito clara" à Rússia.
Em meio a reveses militares na Ucrânia e um crescente isolamento internacional, Putin não viajou a Bali e enviou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que acusou Kiev de apresentar condições "não realistas" para negociações.
A segurança alimentar e energética figurou como uma das principais preocupações do encontro, que teve a participação de alguns dos países mais afetados pelo aumento dos preços, como a Turquia e Argentina.
Os países membros solicitaram no comunicado final a prorrogação do acordo entre Kiev e Moscou para a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, que termina no sábado.
Um dos mediadores do acordo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se declarou convencido de que o pacto seguirá em vigor.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.