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Espanha intercepta carta-bomba enviada ao presidente do Governo

Militares na entrada da Base Aérea da Aeronáutica da Espanha nesta quinta-feira (1) após o recebimento de um "pacote suspeito"; nos últimos dias, cartas-bombas foram enviadas a autoridades - OSCAR DEL POZO/AFP
Militares na entrada da Base Aérea da Aeronáutica da Espanha nesta quinta-feira (1) após o recebimento de um 'pacote suspeito'; nos últimos dias, cartas-bombas foram enviadas a autoridades Imagem: OSCAR DEL POZO/AFP

01/12/2022 08h39

Uma carta dirigida ao presidente do Governo espanhol Pedro Sánchez, semelhante à que explodiu na quarta-feira (30) na embaixada ucraniana em Madri, causando ferimentos leves a uma pessoa, foi interceptada há uma semana pelas autoridades, revelou o Ministério do Interior nesta quinta-feira (1º).

Um "envelope com material pirotécnico dirigido ao presidente do Governo" foi "detectado e neutralizado pelos serviços de segurança" do Palácio da Moncloa no dia 24 de novembro, segundo o comunicado do ministério, que acrescenta ser semelhante tanto na aparência como no conteúdo ao recebido na embaixada ucraniana na capital espanhola.

"À espera dos resultados definitivos das análises que estão sendo realizadas, o envelope pode conter uma substância semelhante à utilizada em fogos de artifício", disse o ministério.

Após a sua detecção, a segurança da Moncloa "procedeu à deflagração controlada do envelope", explicou.

Além da carta dirigida a Sánchez e da que explodiu na embaixada ucraniana, dois outros envelopes foram interceptados na tarde de quarta-feira e na manhã desta quinta, respectivamente, na sede da empresa de armas Instalaza, em Zaragoza (nordeste), e na base militar de Torrejón de Ardoz, perto de Madri.

"Aguardando o andamento das investigações e os resultados das análises que estão sendo realizadas pelos peritos da Polícia Nacional, tanto as características dos envelopes quanto o seu conteúdo são semelhantes nos quatro casos", acrescentou o ministério.

Na quarta-feira, um funcionário encarregado da segurança da embaixada ucraniana em Madri foi ferido levemente na mão pela explosão de uma carta-bomba endereçada ao embaixador, que levou Kiev a ordenar o reforço da segurança em todas as suas representações diplomáticas.

A Justiça espanhola, que abriu ontem uma investigação por um possível crime de terrorismo após o acontecimento na embaixada ucraniana, indicou nesta quinta que juntou todos os fatos em um mesmo caso, incluindo um quinto envelope suspeito enviado para a sede do Ministério da Defesa.

Cartas em série

Na tarde da mesma quarta-feira, foi detectado outro envelope "suspeito" na sede da empresa de armas Instalaza, em Zaragoza (nordeste), segundo o Ministério do Interior, que acrescentou que as unidades policiais de desativação de explosivos (TEDAX) realizaram "uma explosão controlada do dispositivo".

A Instalaza fabrica um lançador de granadas que o governo espanhol do socialista Pedro Sánchez enviou à Ucrânia logo após a invasão russa daquele país em fevereiro.

Na madrugada desta quinta-feira "os sistemas de segurança da Base Aérea de Torrejón de Ardoz (Madri) detectaram um envelope suspeito, que foi determinado após ser analisado por raios-X (que) poderia conter algum tipo de mecanismo", apontou uma mensagem do Ministério do Interior.

Esta base, perto da capital espanhola, é usada por aviões oficiais que transportam membros do governo espanhol e de lá também decolam aviões militares que levam armas e outros tipos de ajuda à Ucrânia.

Perante esta série de acontecimentos semelhantes, o Ministério do Interior afirmou ter ordenado "medidas extremas de proteção" tanto nas embaixadas como nos edifícios públicos e governamentais, "especialmente no que diz respeito ao controle dos envios postais".