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Estado Islâmico anuncia a morte de seu líder; substituto já foi escolhido

Integrante do Estado Islâmico com bandeira do grupo terrorista - Getty Images
Integrante do Estado Islâmico com bandeira do grupo terrorista Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

30/11/2022 12h47Atualizada em 30/11/2022 14h01

O líder do grupo extremista Estado Islâmico, o iraquiano Abu Hassan al-Hashimi al-Qurashi, foi morto "enquanto lutava contra os inimigos de Deus", anunciou hoje o porta-voz do grupo jihadista em uma mensagem de áudio publicada no Telegram. É o segundo líder do Estado Islâmico morto neste ano.

Segundo informações da agência Reuters, Hashimi era o irmão mais velho do ex-califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, morto em 2019 após um ataque dos Estados Unidos. Hashimi se juntou ao terrorismo em 2003 após a ação norte-americana que derrubou o ditador Saddam Hussein e levou ao surgimento do EI.

O Estado Islâmico descrevia Hashimi como um líder "erudito", um conhecido "combatente" e "emir da guerra", que lutou contra as forças americanas e sabia como combatê-las. Seu nome verdadeiro é Juma Awad al-Badri, segundo a Reuters.

"Badri é um radical conhecido por sempre acompanhar Baghdadi como companheiro pessoal e conselheiro jurídico islâmico", disse um dos oficiais de segurança iraquianos à Reuters no início de 2022.

Hashimi (ou Badri) também foi chefe do chamado shura, conselho que orienta a estratégia do EI e decide a sucessão da liderança quando um califa é morto ou capturado.

No áudio divulgado hoje, o porta-voz do Estado Islâmico acrescentou que o novo "califa dos muçulmanos" será Abu al-Husayn al-Husayni al-Quraishi.

O sobrenome al-Quraishi está associado a famílias que se declaram descendentes de Maomé, o que é essencial para ser considerado "califa".

Operação dos EUA matou líder em fevereiro

Em fevereiro, o então líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, foi morto na Síria após uma ação militar dos Estados Unidos. Foi a maior operação das forças norte-americanas na Síria desde outubro de 2019.

Na época, o presidente Joe Biden disse que al-Qurayshi "escolheu se explodir" durante a ação militar que tentou capturá-lo. A operação aconteceu em Idlib, região que está fora do controle do governo sírio, e terminou com 13 mortos, inclusive sete civis —quatro crianças e três mulheres.

Os EUA ofereciam até US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) como recompensa para quem tivesse informações que levassem à captura dele.

A complexa guerra da Síria provocou quase 500 mil mortes desde 2011 e deixou o país fragmentado com a presença de vários grupos.

EUA ofereciam até US$ 10 milhões por informações sobre Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, cujo nome verdadeiro era Amir Muhammad Sa?id Abdal-Rahman al-Mawla, líder do Estado Islâmico - Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos - Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos
EUA ofereciam até US$ 10 milhões por informações sobre Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, cujo nome verdadeiro era Amir Muhammad Sa?id Abdal-Rahman al-Mawla, líder do Estado Islâmico
Imagem: Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos

* Com informações da AFP