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Auxiliares dizem que Castillo bebeu alguma substância e não lembra de discurso

Presidente Pedro Castillo em pronunciamento oficial - Reprodução
Presidente Pedro Castillo em pronunciamento oficial Imagem: Reprodução

09/12/2022 17h19Atualizada em 10/12/2022 11h58

O ex-chefe de gabinete de Pedro Castillo, Guido Bellido, disse nesta sexta-feira (9) que o ex-presidente preso "pode ter sido induzido" a dissolver o Congresso e "não se lembra" de ter lido o decreto golpista que levou ao seu impeachment.

"Eu perguntei: 'por que você fez a leitura?' (do decreto que dissolveu o Congresso). Ele me respondeu que não se lembrava", disse à imprensa o deputado Guido Bellido após visitar Castillo na base policial em Lima onde o ex-presidente está detido preventivamente enquanto é investigado por rebelião e conspiração.

"Há indícios de que o presidente foi obrigado a ler a mensagem de dissolução, e quem redigiu o texto o fez com o objetivo de dar argumento para a vacância (impeachment), porque até então não tinha os votos (no Congresso). Exigimos que se determine quem foram os artífices desta queda", afirmou Bellido no Twitter.

Auxiliares sugerem que Castillo estava sob efeito de substância. Na mensagem publicadas nas redes, Bellido levanta a teoria de que Castillo "estava fora de si" e pediu um exame toxicológico.

"O estado psicológico de Castillo ao ler a mensagem à nação mostra que ele estava fora de si, o que sugere que ele poderia ter sido induzido (a ler a mensagem). Um exame toxicológico é urgente."

A versão de que Castillo agiu sob efeito de alguma substância também foi cogitada por Guillermo Olivera, um de seus advogados.

O que eu sei é que quando o ex-presidente leu essa mensagem escrita por outros, minutos antes lhe deram uma bebida, supostamente água. E depois de beber a água, ele se sentiu tonto.
Advogado Guilhermo Olivera em conversa com jornalistas

"Todo mundo viu que ele estava lendo de maneira trêmula, e eu suponho que ele também estava um pouco sedado."

O Congresso tinha agendado debater na última quarta-feira (7) a destituição de Castillo. Mas o presidente se antecipou e, três horas antes, anunciou em discurso televisionado a dissolução do Congresso, a implementação de um toque de recolher e que governaria por decreto.