Termina atividade eruptiva no Vulcão de Fogo, na Guatemala
O Vulcão de Fogo lançou lava e cinzas neste domingo (11), o que levou autoridades da Guatemala a fechar por três horas o principal aeroporto do país e uma estrada. A atividade vulcânica, no entanto, terminou horas depois.
A fase eruptiva do vulcão de 3.763 de altitude, situado a 35 km da Cidade da Guatemala, finalizou na tarde deste domingo. A atividade tinha começado na noite de sábado.
"Após várias horas de relativa calma, pode-se dar por finalizada a atividade eruptiva", disse Roberto Mérida, técnico do instituto vulcanológico guatemalteco.
"Notou-se o retorno aos níveis normais de atividade" do vulcão, acrescentou Mérida, depois de terminada a emissão de lava e as colunas de fumaça carregadas de cinzas que tinham provocado o fechamento do aeroporto internacional La Aurora e a rodovia RN-14.
O aeroporto internacional da capital guatemalteca foi fechado pela manhã, devido à "presença de cinzas" perto da pista, mas foi reaberto cerca de três horas depois, quando o vento as afastou, disse o diretor da Aeronáutica Civil, Francis Argueta.
O fechamento forçou o desvio de dois voos, que deviam pousar no La Aurora, um vindo de Miami e outro de Santo Domingo, e o atraso da decolagem de outras aeronaves, segundo fontes aeronáuticas.
A descida de material pelas faces do vulcão e a queda de cinzas também levaram ao fechamento por "prevenção" de dois trechos da rodovia RN-14, próximos da cidade de Antigua, capital colonial da Guatemala e principal centro turístico do país.
A fase eruptiva deste vulcão foi marcada por fortes expulsões de cinzas, fluxos de lava e fluxo piroclástico (material incandescente), destacou o Instituto de Vulcanologia.
A instituição alertou, ainda, para a possível ocorrência de mais avalanches de material incandescente pelas faces e barrancos.
- Desde os tempos da colônia -
No povoado indígena de Alotenango, situado 9 km a leste do vulcão, seus moradores viram na noite de sábado uma expulsão repentina de lava que tingiu o céu de vermelho.
"A população já está acostumada a viver isto e o vê como se fosse normal", disse à AFP o camponês maia Demetrio Pamal, de 28 anos.
No entanto, vários turistas foram ao povoado fotografar e filmar a erupção, um fenômeno natural que causa admiração nos estrangeiros desde o século XVI.
As crônicas coloniais contam que em 1524, o conquistador espanhol Pedro de Alvarado foi o primeiro europeu a avistar a fúria deste vulcão. Em 1932, uma erupção lançou cinzas para o leste, que chegaram a El Salvador (a 125 km de distância) e Honduras (a 175 km).
Pamal contou que, embora em Alotenango as pessoas estejam habituadas às erupções, muitas famílias tinham preparado antecipadamente uma "mochila de 72 horas" com comida, água, lanterna e outros itens de sobrevivência, seguindo a recomendação das autoridades.
- Região de vulcões -
O Vulcão de Fogo tem fama de ser o mais ativo da América Central.
Esta região de sete países conta com mais de uma centena de vulcões, muitos dos quais são destinos turísticos populares, embora ocasionalmente provoquem morte e destruição.
Uma erupção do vulcão de Fogo em 3 de junho de 2018 provocou uma avalanche de material incandescente que devastou a comunidade San Miguel Los Lotes, em Escuintla, e parte da estrada fechada hoje, deixando 215 mortos e um número similar de desaparecidos.
"Com o que aconteceu em 2018, agora as autoridades estão mais alertas e mais ativas", disse José Sul, outro morador de Alotenango.
O Vulcão de Fogo é vizinho ao inativo vulcão Acatenango (de 3.500 metros de altitude). Além disso, na Guatemala também estão ativos os vulcões Santiaguito (oeste) e Pacaya (sul).
Diferentemente dos vulcões andinos da América do Sul, os vulcões da Guatemala não têm neve em seus cumes, devido ao clima temperado da América Central.
hma/fj/ag/mr/lb/mvv
© Agence France-Presse
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