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Equador diz considerar 'justo' dividir com EUA os custos de luta contra narcotráfico

12.abril.2021 - Guillermo Lasso, presidente do Equador - REUTERS / Luisa Gonzalez
12.abril.2021 - Guillermo Lasso, presidente do Equador Imagem: REUTERS / Luisa Gonzalez

Da AFP

18/12/2022 14h31Atualizada em 18/12/2022 16h09

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, considerou, neste domingo (18), que é "justo" compartilhar com os Estados Unidos as despesas da luta contra o tráfico de drogas.

"Acho eu que é justo dividir a conta", disse Lasso a jornalistas no porto de Guayaquil, minutos antes de partir para Washington para se reunir com o presidente americano Joe Biden.

"Se bem é certo [que] o enfrentamento, a batalha, acontece aqui, no Equador, os beneficiados não são apenas os jovens e as crianças equatorianas, mas também os jovens e as crianças dos Estados Unidos", acrescentou.

O governo Lasso estima que são necessários 5 bilhões de dólares para enfrentar o narcotráfico e a insegurança derivada do mesmo no Equador, e já manifestou que precisaria de ajuda ao assessor de Biden para as Américas, Christopher Dodd, e ao secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, que visitaram Quito nos últimos dias.

O Equador está situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína. O país trava uma guerra contra o narcotráfico e a criminalidade, que cresceram nos últimos anos.

Em 2021, autoridades equatorianas apreenderam um recorde de 210 toneladas de drogas, enquanto no decorrer deste ano já foram confiscadas mais de 170 toneladas.

A taxa de homicídios no Equador quase dobrou no ano passado, com 14 assassinatos para cada 100.000 habitantes, a mais alta dos últimos anos e que já foi ultrapassada em 2022.

Lasso assinalou que conversará com Biden na segunda-feira sobre "temas relativos à democracia, economia e segurança".

"A ideia é marcar posição em nome do Equador, um país que respeita a democracia com independência de poderes. Marcar posição sobre a necessidade que o Equador tem de apoio para enfrentar os problemas de insegurança".

"Também vamos falar de economia", acrescentou.

Ao Equador interessa assinar um Tratado de Livre Comercio (TLC) com os Estados Unidos, seu principal parceiro comercial, como o que está prestes a firmar com a China.

"Somos o único país da costa do Pacífico das Américas que não tem um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. Isto é importante não só em matéria econômica, mas para evitar os fluxos migratórios gerando empregos aqui", argumentou Lasso.

"Este será um tema que vamos tratar e abordar da maneira mais frontal e direta", afirmou.

O número de migrantes equatorianos interceptados na fronteira entre México e Estados Unidos se multiplicou no decorrer deste ano, passando de 600 em janeiro até mais de 5.000 em setembro, segundo a agência de alfândega e proteção fronteiriça dos EUA.