UE pede que Guatemala garanta inscrição de candidatos às presidenciais
A União Europeia (UE) expressou, neste domingo (21), "preocupação" com a exclusão de candidatos às eleições presidenciais de 25 de junho na Guatemala, e pediu às autoridades que qualquer controvérsia seja solucionada de forma rápida e imparcial.
"A União Europeia toma nota com preocupação das decisões reiteradas sobre a exclusão de candidaturas eleitorais", informou, em um comunicado, a equipe da UE enviada à Guatemala.
O bloco defendeu que as autoridades guatemaltecas "garantam que as inscrições dos candidatos não sejam obstruídas".
Na sexta-feira, uma decisão judicial suspendeu provisoriamente a candidatura do empresário Carlos Pineda, que lidera as pesquisas de intenção de voto. Pineda é candidato pelo partido Prosperidade Cidadã, denunciado por irregularidades na designação de candidatos.
Três magistrados deixaram "em suspenso" a participação de Pineda, ao deferir a impugnação apresentada por dirigentes do partido CAMBIO, ao qual o candidato pertenceu.
O Prosperidade Cidadã, segundo a denúncia, cometeu uma série de ilegalidades durante a realização de uma assembleia de designação de candidatos em novembro de 2022.
A resolução estabelece que "pelo mandato da lei, (a decisão) provocará a nulidade da assembleia" e, por fim, também ficam suspensas outras candidaturas anunciadas naquele evento.
"Estou sendo perseguido pelo Estado, estou sendo assediado pelo Estado", declarou Pineda no sábado, ao apresentar recurso de apelação à justiça.
Desta forma, a participação do empresário, que é considerado "sem ideologia" de esquerda ou direita, e é muito popular nas redes sociais, como o TikTok, dependerá da Corte de Constitucionalidade (CC), a máxima instância judicial do país.
Neste domingo, uma instância do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), em atenção à decisão judicial, anunciou a suspensão da resolução que apoiava a escolha de candidatos do Prosperidade Cidadã.
Desta forma, nas cédulas de votação que serão impressas esta semana, o nome de Pineda não poderá aparecer.
Neste sentido, determinou que "qualquer controvérsia apresentada tramite sem demora, com total transparência e imparcialidade, em conformidade com a Constituição Guatemalteca".
Uma pesquisa divulgada no começo de maio pelo Prensa Libre, um dos principais jornais do país, mostra Pineda liderando as intenções de voto, com 23,1%, seguido da ex-primeira-dama social-democrata Sandra Torres, com 19,5%.
Os dois são seguidos pelo ex-funcionário da ONU Edmond Mulet (centro), com 10,1% das intenções de voto, e, com 9,2%, pela conservadora Zury Ríos, filha do ditador falecido Efraín Ríos Montt (1982-1983), processado pelo genocídio de indígenas durante a guerra civil no país (1960-1996).
Nas eleições de junho serão eleitos, além do presidente, 160 membros do Congresso, 20 do Parlamento Centro-americano e 340 prefeitos para um mandato de quatro anos.
O processo eleitoral tem se caracterizado pelas críticas, após a recusa do tribunal eleitoral de inscrever a ativista indígena Thelma Cabrera (esquerda) e Roberto Arzú, filho do ex-presidente falecido Álvaro Arzú (1996-2000), que se projetavam como fortes candidatos à Presidência.
bur/cmm/gm/mvv
© Agence France-Presse
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