Autoridades buscam 46 desaparecidos após ciclone no RS
Autoridades buscavam nesta sexta-feira (8) quase meia centena de desaparecidos, após a passagem de um ciclone que deixou 41 mortos no Sul do país.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que os trabalhos de busca continuavam e elevou de 25 para 46 o número de desaparecidos após o fenômeno, que afetou 87 municípios.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na Índia para a reunião de cúpula do G20, enviou o vice, Geraldo Alckmin, às regiões afetadas, aonde ele deve chegar no próximo domingo, com uma comitiva ministerial. "Estamos atuando em todas as frentes", publicou Lula na rede social X (antigo Twitter).
Alckmin anunciou em entrevista coletiva em Brasília que o governo federal enviará 20 mil cestas básicas e kits de remédios para 15 mil pessoas no Rio Grande do Sul, cujas autoridades declararam estado de calamidade. Além disso, as mais de 3 mil pessoas que perderam suas casas receberão 800 reais.
As chuvas intensas e os fortes ventos obrigaram mais de 11.000 pessoas a deixarem suas casas. No total, mais de 147.000 pessoas foram afetadas, segundo o balanço mais recente.
Pelo menos 41 pessoas morreram nas regiões castigadas desde segunda-feira pelo ciclone, o mais recente de uma série de desastres climáticos ocorridos nos últimos meses no país, e o mais mortal no Rio Grande do Sul. Autoridades aumentaram de 73 para 223 o número de feridos.
Em Muçum, o município mais afetada com ao menos 15 mortos, cerca de 30 pessoas seguiam desaparecidas, segundo a mídia local.
Cerca de mil socorristas e dez helicópteros foram mobilizados para os trabalhos de resgate, que ficaram ainda mais difíceis com a destruição de duas pontes e pelo menos dez estradas bloqueadas parcial ou totalmente. As Forças Armadas mobilizaram oito aeronaves, além de maquinários e 500 efetivos, para ajudar nos trabalhos, disse Alckmin.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estimou que serão necessários cerca de 100 milhões de reais para recuperar a infraestrutura rodoviária. "Vamos garantir a reconstrução dessas cidades, dessa infraestrutura e da vida dessas pessoas", afirmou Leite em coletiva de imprensa.
- Mudanças climáticas -
Autoridades preveem que o clima instável irá se manter em todo o estado até a manhã deste sábado, devido à aproximação de uma frente fria procedente do Uruguai.
Alckmin deve visitar no domingo a cidade de Roca Sales, uma das mais afetadas, com 10 corpos encontrados.
O Brasil sofre fenômenos extremos frequentes e os cientistas apontam para um vínculo com os efeitos do aquecimento global. "Tudo isso é resultado das mudanças climáticas", disse Alckmin.
Em junho, um ciclone deixou ao menos 13 mortos no mesmo estado do Rio Grande do Sul, enquanto milhares de pessoas foram deslocadas ou perderam suas casas.
Em fevereiro, 65 pessoas morreram por deslizamentos causados por chuvas recordes que afetaram São Sebastião, um balneário turístico a cerca de 200 km da cidade de São Paulo.
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