EUA apoia licitações de petróleo em Guiana e Venezuela critica 'intromissão'

Um alto funcionário dos Estados Unidos expressou nesta quarta-feira (20) o apoio de Washington às licitações de petróleo que a Guiana realiza em uma área reivindicada pela Venezuela, cujo presidente, Nicolás Maduro, chamou esse apoio de "intromissão insolente" e acusou seu vizinho de agir como "uma colônia".

"Os Estados Unidos apoiam o direito soberano da Guiana de explorar seus próprios recursos naturais", publicou nas redes sociais o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols.

"Os esforços para infringir a soberania da Guiana são inaceitáveis. Apelamos à Venezuela para que respeite o direito internacional", acrescentou Nichols no X, antigo Twitter.

A Venezuela considera ilegais as licitações, argumentando que estão ocorrendo em "áreas marítimas pendentes de delimitação".

Ambos os países reivindicam soberania sobre o Essequibo, um território de 160.000 km² rico em recursos naturais, em uma longa disputa que foi reavivada em 2015, quando a gigante energética americana Exxon Mobil encontrou depósitos de petróleo ao largo de suas costas.

"Rejeitamos firmemente a intromissão insolente dos Estados Unidos, que manipularam e compraram servis políticos da Guiana por meio da Exxon Mobil e do Comando Sul, que gradualmente transformaram esta nação em uma colônia", reagiu Maduro à mensagem publicada por Nichols.

"É uma conspiração inaceitável que pretende nos despojar de direitos territoriais", continuou o presidente.

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou os Estados Unidos de "propiciar uma perigosa escalada de uma controvérsia que tem sido abordada por anos por meio de mecanismos diplomáticos e pacíficos".

"O governo da Guiana se reserva o direito de realizar atividades de desenvolvimento econômico em qualquer parte de seu território soberano ou em qualquer território marítimo correspondente", afirmou Georgetown em um comunicado na terça-feira.

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A Guiana lançou em dezembro de 2022 a primeira rodada de licitações para explorar 11 blocos de campos petrolíferos em águas rasas e outros três em águas profundas e ultraprofundas.

A Guiana defende um limite estabelecido em 1899 por um tribunal arbitral em Paris, enquanto a Venezuela reivindica o Acordo de Genebra, assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência da Guiana, que estabeleceu bases para uma solução negociada e desconheceu o tratado anterior.

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© Agence France-Presse

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