Crise na Câmara dos EUA se agrava

A crise na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos agravou-se, nesta terça-feira (24), quando o terceiro candidato republicano a presidi-la jogou a toalha logo após ser nomeado, informou a imprensa.

A Câmara está paralisada desde a destituição do seu líder, Kevin McCarthy, no último dia 3, devido a uma iniciativa movida por apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Desde então, dois republicanos tentaram substituí-lo.

Em uma tentativa de pôr fim à crise, os republicanos, que têm maioria na Câmara, concordaram hoje em nomear Tom Emmer, o mais moderado dos candidatos ao cargo. Mas, sabendo das reticências de alguns trumpistas a apoiá-lo em sessão plenária, Emmer optou por renunciar após algumas horas.

Em meio à indefinição, o Congresso americano não pode debater as múltiplas crises globais, nem a ameaça de paralisação do governo, desde que Kevin McCarthy foi destituído. E tem até 17 de novembro para chegar a um acordo sobre o orçamento se deseja evitar o fechamento parcial do governo federal, o que obrigaria centenas de milhares de trabalhadores a ficarem temporariamente em casa, sem receber salário.

Sem um líder, a Câmara não pode deliberar sobre o pedido do presidente Joe Biden de um desbloqueio de mais de 100 bilhões de dólares (500,5 bilhões de reais) em fundos de emergência, principalmente para oferecer ajuda militar a Israel e à Ucrânia.

- Incerteza -

Com a renúncia de Emmer, McCarthy, de 62 anos, poderia ser o Plano D do partido, já que goza de grande popularidade entre a maioria dos republicanos da Câmara.

Nenhum dos candidatos que disputaram a nomeação de hoje tinha muita experiência em liderança. Emmer é apoiador de Trump, mas alguns trumpistas o consideram desleal, por ter votado a favor da certificação da vitória de Biden nas eleições de 2020.

Apenas 117 colegas votaram em Emmer na rodada final de hoje, destacou a imprensa americana. Outros 97 preferiram Mike Johnson.

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Os republicanos contam com uma maioria apertada na Câmara dos Representantes, portanto apenas quatro colegas do candidato nomeado podem lhe dar as costas na votação em sessão plenária.

O caminho que o partido seguirá é incerto. Tirará da cartola um nome sobre o qual seus membros poderiam chegar a um consenso? Ou os democratas, que controlam o Senado, fecharão um acordo com alguns republicanos moderados, uma opção que parece improvável?

A única certeza é a de que essa novela parlamentar promete novas emoções nos próximos dias.

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© Agence France-Presse

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