Milhares protestam na Colômbia contra Petro, reformas sociais e violência
Milhares de manifestantes protestam, nesta quarta-feira (6), nas principais cidades da Colômbia contra o governo de Gustavo Petro, em rejeição a seus projetos de reformas sociais e à violência que persiste no país, apesar das negociações de paz com grupos armados.
Sob o lema "Fora, Petro!", uma multidão de pessoas vestidas de branco percorre o centro histórico de Bogotá e marcha rumo à tradicional Praça de Bolívar.
"Há uma insegurança galopante no campo e na cidade. As pessoas estão cansadas e é por isso [que marchamos]", disse à AFP Luis Chaparro, um militar reformado.
Em Cali (sudoeste), Medellín (noroeste), Barranquilla (norte), Bucaramanga (nordeste) e outras capitais, os manifestantes se reuniram com bandeiras da Colômbia e cânticos contra o presidente, cuja popularidade beira os 35% segundo o instituto de pesquisa Invamer.
"Estamos no meio de duas ameaças, por um lado, a violência, os criminosos. Pelo outro, a inaptidão absoluta do governo de Gustavo Petro", disse aos jornalistas Miguel Uribe, senador do partido opositor Centro Democrático, organizador do protesto.
Petro chegou ao poder em agosto de 2022 como o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia. Suas propostas de reforma dos sistemas de aposentadoria, saúde e trabalho são discutidas em debates acalorados no Congresso, onde ele perdeu a maioria.
Em um ato público, o chefe de Estado assegurou que os que protestam fazem parte de "forças" que não "querem mudar o país", nem perder seus "privilégios".
O governo quer reduzir a participação privada na prestação dos serviços de saúde e no pagamento de aposentadorias, assim como ampliar os benefícios aos trabalhadores.
Em paralelo, Petro aposta em desativar seis décadas de conflito armado através de negociações de paz com as organizações ilegais.
Mas os diálogos avançam em meio a reveses com os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e as dissidências da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que rejeitaram o acordo de paz de 2016.
Violações aos cessar-fogos acordados, suspensões temporárias das conversas por desencontros entre as partes e uma violência que continua afetando o campo e as cidades dificultam a desmobilização de milhares de combatentes.