Corpos de vítimas de jejum mortal no Quênia são devolvidos a familiares quase um ano depois

Os primeiros corpos de seguidores de uma seita evangélica no Quênia, cujo pastor pregava o jejum até a morte, foram devolvidos aos familiares das vítimas nesta terça-feira (26), quase um ano após a tragédia.

Desde o início das escavações em abril de 2023, foram encontrados 429 corpos na floresta de Shakahola (sudeste), perto da cidade de Malindi, onde o autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie defendia o jejum até a morte para "encontrar Jesus" antes do fim do mundo, que segundo sua previsão aconteceria em agosto de 2023.

Taxista antes de se autoproclamar pastor, Mackenzie está preso desde 14 de abril, um dia após a descoberta das primeiras vítimas naquela floresta, onde se reunia a sua "Igreja Internacional da Boa Nova". 

As investigações realizadas nesta região costeira do Quênia descobriram desde então 429 corpos em túmulos ou valas comuns, mortes que ocorreram ao longo de vários anos. 

As necrópsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome. Contudo, algumas vítimas, incluindo crianças, foram estranguladas, espancadas ou asfixiadas.

As famílias das vítimas tiveram que esperar quase um ano, em parte devido a atrasos no perfil de DNA devido à falta de reagentes e equipamentos. 

Pelo menos mais 35 valas comuns foram identificadas e novas exumações deverão começar em breve. 

Na semana passada, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quênia, um órgão oficial mas independente, lamentou a lentidão do processo de identificação dos corpos. 

O governo anunciou que a floresta de Shakahola se tornará um "local de memória", "para que os quenianos e o mundo não esqueçam o que aconteceu".

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© Agence France-Presse

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