Ex-número dois das Farc está na Colômbia, segundo a Polícia

Iván Márquez, líder de uma facção rebelde e ex-número dois da extinta guerrilha das Farc, que está prestes a negociar a paz com o governo, está na Colômbia, informou o diretor da Polícia Nacional nesta quarta-feira (27).

"Tenho informação de que Márquez está na Colômbia", disse, durante coletiva de imprensa, o general William Salamanca.

Márquez, um rebelde de linha-dura que voltou a se armar após assinar um acordo histórico de paz em 2016, está à frente das dissidências da Segunda Marquetalia, com cerca de 1.663 combatentes, segundo a inteligência militar.

O presidente Gustavo Petro e a Segunda Marquetalia anunciaram, em fevereiro, que vão iniciar uma nova mesa de negociações de paz, mas não divulgaram a data.

A volta de Márquez às armas, em 2019, representou um dos mais duros golpes ao processo de paz, que reintegrou à vida civil milhares de rebeldes daquela que foi a maior guerrilha das Américas. 

A maioria deles se mantém no acordo.

Em julho passado, a imprensa local especulou sobre sua morte após sofrer um atentado na Venezuela, embora o governo tenha desmentido estas versões.

O general Salamanca também informou sobre a presença na Colômbia do líder da maior dissidência das Farc, o Estado-maior Central (EMC). 

Segundo a Polícia, o insurgente Néstor Gregorio Vera, conhecido como 'Iván Mordisco' está em território colombiano, mas não detalhou precisamente onde.

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'Iván Mordisco' também está em diálogo de paz com o governo.

O EMC se separou das Farc durante as negociações, há oito anos, e nunca aderiu ao acordo atual que desarmou o grosso da guerrilha.

Márquez foi, então, um dos negociadores de paz. O líder dissidente tem dezenas de ordem de prisão na Colômbia e nos Estados Unidos por crimes como narcotráfico e centenas de homicídios.

A Segunda Marquetalia e o EMC são facções inimigas na Colômbia, país sacudido pelo persistente conflito armado, que deixou mais de nove milhões de vítimas em seis décadas.

As negociações de paz com o EMC foram interrompidas depois que o governo rompeu, em 17 de março, um cessar-fogo devido ao assassinato de uma indígena por insurgentes.

Petro, primeiro esquerdista a presidir a Colômbia, também dialoga com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN).

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© Agence France-Presse

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