'Não têm com o que se preocupar', diz presidente eleita do México a investidores

A esquerdista Claudia Sheinbaum, presidente recém-eleita do México, assegurou nesta terça-feira (11) aos investidores que seus capitais continuarão seguros no México, mesmo que uma polêmica reforma judicial seja aprovada.

"Os investidores nacionais e estrangeiros (...) não têm com o que se preocupar. Seus investimentos estão seguros, no marco das nossas leis", disse Sheinbaum em coletiva de imprensa, após se reunir com a assessora de Segurança Nacional do Governo dos Estados Unidos, Elizabeth Sherwood-Randall.

"Não têm por que se preocupar com uma reforma no Poder Judiciário porque, no fim das contas, vamos construir um sistema de justiça melhor", insistiu Sheinbaum, que venceu as eleições de 2 de junho com cerca de 60% dos votos. Em 1º de outubro, ela se tornará a primeira mulher a ocupar a cadeira presidencial do México.

A reforma do Poder Judiciário é uma proposta de seu padrinho político, o presidente Andrés Manuel López Obrador, e consiste, entre outros pontos, que juízes e magistrados da Suprema Corte sejam eleitos por votação popular.

Sheinbaum assegurou que entre os mexicanos prevalece "uma percepção de corrupção do Poder Judiciário".

Na segunda-feira, López Obrador recebeu Sheinbaum no Palácio Nacional, onde mora e despacha.

A presidente eleita disse que o mandatário concordou em abrir a discussão sobre esta reforma.

"No caso da reforma ao Poder Judiciário (...) que seja discutida pelas ordens de advogados, pelas faculdades de Direito, pelos próprios ministros, magistrados", expressou Sheinbaum após a reunião com López Obrador.

Sheinbaum venceu as recentes eleições de forma esmagadora e está prestes a ter, com seus aliados, dois terços do Congresso bicameral, o que lhe permitirá realizar reformas constitucionais. Este prognóstico tem provocado nervosismo nos mercados.

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A presidente eleita do México afirmou ter discutido diversos temas durante a reunião "informal" com Sherwood-Randall, tais como comércio, segurança e migração, além de assuntos de interesse do governo mexicano, a exemplo do tráfico de armas para o México.

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© Agence France-Presse

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