'Uma bala perfurou minha orelha', diz Trump após atentado em comício

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, candidato republicano às eleições de novembro, foi ferido em uma orelha enquanto realizava um comício eleitoral neste sábado (13) na Pensilvânia, em um incidente que chocou o país a poucos meses das eleições de novembro.

"Fui baleado com uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita", disse Trump logo após o atentado na cidade de Butler, na Pensilvânia (nordeste), um estado crucial nas eleições presidenciais.

Trump, de 78 anos, acabava de começar seu discurso com uma de suas habituais diatribes sobre a entrada massiva de migrantes no país, da qual culpa o presidente democrata, Joe Biden.

Enquanto falava, ouviram-se tiros, ele levou a mão à orelha e se jogou no chão atrás do púlpito antes de ser imediatamente cercado por agentes do serviço secreto, enquanto o público gritava horrorizado.

Depois de alguns instantes, Donald Trump se levantou, despenteado e sem seu boné vermelho, cercado pelos agentes. "Deixem-me pegar meus sapatos", foi ouvido dizendo.

O ex-presidente saiu do palco erguendo o punho e escoltado por seguranças.

Um participante do comício morreu e outros dois estão em estado crítico, segundo o serviço secreto, embora o promotor do condado de Butler tenha falado apenas de um ferido grave.

O autor dos disparos, que estava situado "em um ponto alto" fora do recinto onde o magnata republicano realizava seu comício, também morreu, disse o promotor Richard Godlinger. Por sua vez, os serviços secretos disseram que o agressor foi "neutralizado".

"Não sei como ele chegou ao local onde estava, mas estava fora do recinto. E acho que vamos precisar descobrir como ele chegou lá", disse o promotor.

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"O presidente Trump agradece às forças da lei e aos primeiros socorristas pela rápida ação durante este ato atroz. Ele está bem e está sendo examinado em um centro médico local. Haverá mais detalhes", disse seu porta-voz de campanha, Steven Cheung, em um comunicado.

Um funcionário da Casa Branca anunciou que Biden conversou com Trump sobre o incidente.

"Esta tarde, o presidente Biden falou com o ex-presidente Trump", disse, acrescentando que o atual presidente dos EUA será informado dos detalhes do ataque na manhã de domingo.

- "Não há lugar para a violência" -

Mais cedo, o próprio Biden, possível rival do republicano nas eleições de 5 de novembro, declarou que "não há lugar para este tipo de violência".

"Não podemos ser assim", disse antes de acrescentar que está "agradecido por saber que ele está a salvo e bem", disse em um comunicado.

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"Estou rezando por ele e por sua família e por todos que estavam no comício, enquanto aguardamos mais informações", disse antes de acrescentar que "devemos nos unir como nação para condenar" a violência.

Este era o último comício de Trump antes da convenção republicana que está programada para acontecer em Milwaukee (Wisconsin) a partir de segunda-feira.

Sua equipe anunciou que Trump participará da mesma, onde deve ser oficialmente nomeado como candidato para enfrentar Joe Biden nas eleições de 5 de novembro.

As reações não demoraram a chegar. "Horrorizado", disse o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.

O ex-presidente Barack Obama também reagiu na rede social X, dizendo que se sentia "aliviado" por Trump "não ter sido gravemente ferido" e aproveitou para pedir "civismo e respeito à política", em um país muito polarizado.

Elon Musk, magnata proprietário da Tesla e do X, reagiu declarando publicamente seu apoio a Donald Trump nas eleições e desejando-lhe uma "rápida recuperação".

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Entre os participantes do comício, também houve reações fortes.

"Ouvi vários tiros. O homem ao meu lado foi atingido na cabeça, morreu instantaneamente e caiu no fundo das arquibancadas", disse um homem identificado apenas como Joseph à rede NBC News.

- "Eleição existencial" -

As consequências deste acontecimento para a campanha são imprevisíveis.

Nos últimos dias, a atenção estava focada no estado físico e mental de Joe Biden, de 81 anos, e sua capacidade de enfrentar Donald Trump, após seu desastroso debate de 27 de junho.

Uma dúzia de deputados agora pede que ele se retire da corrida presidencial.

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A vice-presidente Kamala Harris, uma possível alternativa a Biden, voltou a assegurar sua lealdade e confiança ao atual presidente, em um evento de campanha na Filadélfia, pouco antes do comício de Donald Trump.

"Esta é a eleição mais existencial, consequente e importante de nossas vidas e sempre soubemos que seria difícil", disse.

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© Agence France-Presse

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