Polêmica em Israel em torno do evento para relembrar o ataque do Hamas

Vários ex-reféns ou parentes de vítimas do ataque do Hamas em Israel expressaram, nesta quarta-feira (28), sua oposição à organização pelas autoridades de uma cerimônia para relembrar os massacres de 7 de outubro. 

Em uma carta enviada à ministra Miri Regev, responsável da organização dessa cerimônia, dizem que rejeitam "qualquer uso de fotos de (seus) parentes, mortos ou vivos (...) ou a menção de seus nomes". 

Os signatários, entre eles dez ex-reféns, também pedem a anulação da cerimônia com um custo estimado de mais de um milhão de euros pela imprensa local. 

Defendem que o governo "traga de volta os reféns" antes de qualquer outra preocupação. 

O ataque de 7 de outubro causou a morte de 1.199 pessoas de lado israelense, em sua maioria civis, segundo um cálculo da AFP a partir de dados oficiais. 

As represálias israelenses na Faixa de Gaza, onde o Hamas assumiu o poder em 2007, causaram pelo menos 40.534 mortos e um desastre humanitário e sanitário, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas. 

Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro, 103 seguem cativas em Gaza, das quais 33 foram declaradas mortas pelo Exército. 

O local da cerimônia também causou polêmica, pois os kibutz destruídos pelo Hamas se recusaram a recebê-la. 

Regev havia anunciado que escolheu a cidade de Ofaqim, cujo prefeito é membro do partido Likud (direita), do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e onde mais de 40 policiais, soldados e civis morreram em 7 de outubro. 

Continua após a publicidade

A cerimônia será gravada com antecedência e sem público, anunciaram os organizadores. 

Vários cantores populares recusaram se apresentar nesse evento, inclusive alguns considerados de direita. 

Familiares das vítimas anunciaram a realização de uma cerimônia alternativa em um parque de Tel Aviv. 

mib/sbh/feb/eg/mb/dd/aa

© Agence France-Presse

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.