Alemanha fecha consulados iranianos após execução de cidadão alemão de origem iraniana
A Alemanha vai fechar os três consulados iranianos em seu território, em resposta à execução na República Islâmica do dissidente Jamshid Sharmahd, um alemão de origem iraniana, anunciou nesta quinta-feira (31) a ministra das Relações Exteriores.
"Deixamos claro a Teerã que a execução de um cidadão alemão terá graves consequências", declarou Annalena Baerbock ao anunciar o fechamento dos consulados em Frankfurt, Munique e Hamburgo.
"O fato deste assassinato ter ocorrido à luz dos acontecimentos recentes no Oriente Médio demonstra que o regime ditatorial e injusto [no Irã] não age de acordo com a lógica diplomática normal", acrescentou.
Em resposta à decisão de Berlim, o Irã convocou nesta quinta-feira o encarregado de negócios da embaixada alemã em Teerã.
O Ministério das Relações Exteriores iraniano denunciou em um comunicado uma "decisão irracional" que "não pode ser justificada" e afirmou ter convocado o encarregado de negócios para transmitir a "enérgica protesta" do Irã.
O embaixador da Alemanha em Teerã, Markus Potzel, já havia sido chamado para consultas em Berlim.
"A decisão do governo alemão de fechar esses centros é deliberada para privar os iranianos dos serviços e facilidades consulares", acusou a chancelaria iraniana.
Sharmahd, de 69 anos, foi condenado à morte em fevereiro de 2023 pelo crime de "corrupção na terra", sentença que foi confirmada pelo Supremo Tribunal da República Islâmica.
Ele foi condenado por participar, segundo a Justiça iraniana, de um ataque contra uma mesquita em Shiraz, no sul do Irã, que deixou 14 mortos e 300 feridos em abril de 2008.
Ele também foi acusado de liderar o grupo Tondar, que supostamente busca derrubar o governo do Irã, que o considera organização "terrorista".
O chanceler alemão, Olaf Scholz, denunciou a execução como um "escândalo" e convocou a autoridade iraniana em Berlim.
Sharmahd foi preso em agosto de 2020 enquanto viajava pelos Emirados Árabes Unidos, segundo sua família, que afirma que ele era inocente.
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© Agence France-Presse
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